Todos sabem que o SBT não é especialista em produzir novelas e séries brasileiras, tal como a Rede Globo faz. Na emissora de Sílvio Santos, as produções, na maioria das vezes, limitam-se às adaptações de textos mexicanos, como Carrossel e Esmeralda, aos remakes de sucessos da teledramaturgia, como Éramos Seis (1994), ou ainda a mera apresentação das produções mexicanas dubladas, tal como Maria do Bairro e A Usurpadora. Assim, a emissora sempre prioriza a manutenção de contratos duradouros com grandes produtoras estrangeiras, como a Warner Bros e a Televisa. Com isso, garantem-se os direitos de exibições de grandes sucessos do mercado internacional, desde consagrados filmes até os dramalhões mexicanos.
Ainda assim, nota-se durante a grade de programação um certo “desprezo” pelos seriados estadunidenses. Mesmo possuindo um grande acervo de séries, a emissora simplesmente não exibe grande parte do que tem direito e quando o faz, “joga” tudo para a madrugada. Um fato, no mínimo, curioso. Outro dia o site do canal estava anunciando a estreia de uma série norte-americana às 3 da manhã! Sendo assim, logo penso que o SBT é o único a anunciar suas novidades para a madrugada. A incoerência deste fato-se se dá pelas atrações exibidas ao longo do dia: no período da tarde, são exibidas três reprises de novelas, uma seguida da outra, e a única série a compor esta faixa é a imortal “Chaves”.
Por que isso acontece? Será que a audiência desse formato não é tão boa quanto às novelas? Talvez. O público brasileiro não tem o hábito de assistir a seriados com frequência, mas ainda assim, algumas exibições garantem resultados satisfatórios. Além disso, na TV Paga este tipo de conteúdo é sucesso absoluto, além de uma grande fatia dos jovens adorar essa forma de se contar histórias e procurarem pelos episódios e temporadas na Internet.
Portanto, a emissora bem que poderia “compartilhar” melhor as produções que ficam engavetadas seus arquivos ou perambulando madrugada afora. Logo, seria interessante eliminar uma das novelas da tarde e colocar séries inéditas no lugar, assim, fazendo o telespectador cultivar o hábito de vê-las. E se reclamarem da falta de audiência, não faria sentido, pois a mesma emissora insiste há anos num programa chamado Casos de Família, de baixarias e discussões fúteis, que nem dá tanta audiência assim.