Familiares e amigos pediram na manhã de ontem (3), justiça durante o velório e sepultamento do corpo do jovem Frederico Alves de Jesus de 22 anos que foi morto durante uma operação da Policia Militar e da Guarda Municipal de desocupação de uma área invadida no Bosques do Lenheiro.
“Queremos justiça. Ele é um pedaço de nós que foi embora”, lamentou a tia de Jesus, Ana Luzia Cruz Silva.
Segundo dados do Boletim de ocorrência, o rapaz foi atropelado por três motocicletas da Guarda Civil quando recebeu um tiro que partiu de dentro de um veículo da corporação. O tiro acertou a cabeça de Jesus. Após os disparos, a população ficou revoltada, houve confronto com a polícia e dois ônibus foram incendiados. Após ver o filho morto, a mãe de Jesus teve de ser carregada por um dos filhos enquanto chorava e dizia que aquele “era seu filho caçula”. “Foi uma covardia. A Guarda Civil não tem o direito de matar pessoas”, disse o tio da esposa de Jesus, Geraldo Rodrigues, 66.
A cunhada do rapaz, Daiane Cristina da Cruz Oliveira, garantiu que o caso “não vai ficar em vão”. “Hoje nós enterramos um pai de família, e quem será o próximo? Queremos que o responsável seja punido!”, enfatizou. Muitos amigos estiveram presentes do enterro. Relataram que Jesus era uma pessoa tranquila e pagava aluguel para morar com a esposa e o filho de sete meses no bairro Mario Dedini. Ele trabalhava como servente de pedreiro e, segundo o tio, que morou com Jesus na Bahia, a vítima recebia a última parcela de seu seguro desemprego. “Por onde passava deixava boas impressões”, mencionou Janatan Santos da Silva, 23.
Segundo o comerciante Marco Aurélio Santos, a insegurança ainda era presente no bairro ontem. “Abri o supermercado e as crianças pediam para serem atendidas rápido”, relatou. A tia Ana Luzia ainda citou que a Polícia Militar e a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) deram “forças” à família.