O Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que registra os valores pagos em impostos, taxas e contribuições, bateu o recorde de R$ 1,8 trilhão, na segunda-feira, 29 de dezembro. Esse valor nunca tinha sido registrado desde implantação do painel eletrônico, em 2005. Com esse montante seria possível construir mais de 1.565.270 km de estradas asfaltadas, Construir mais de 19.565.880 km de redes de esgoto, construir mais de 37.501.290 postos policiais equipados ou contratar mais de 134.937.222 professores do Ensino Fundamental por ano.
“Esse número mostra que a arrecadação tributária cresceu, acompanhando o aumento da inflação em 2014”, frisa Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Ele completa que os principais impostos – como ICMS – incidem sobre os preços; portanto, inflação implica em elevação de receita tributária. “Além disso, o crescimento da economia perto de zero em 2014 não contribui para o incremento da arrecadação”, diz Amato.
Ainda de acordo com o Impostômetro, os piracicabanos desembolsaram até a data mais de R$ 1,3 bilhão – valor destinado aos cofres públicos, considerando as arrecadações federais, estaduais e municipais. Esse valor seria suficiente para fornecer mais de 9.820.105 bolsas família, construir mais de 39.280 casas populares de 40 m2, pagar por 92 meses a conta de luz de todos os brasileiros, comprar mais de 50.919 carros populares, construir mais de 99.624 salas de aula equipadas ou pagar mais de 1.898.919 salários mínimos.
O presidente da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Angelo Frias Neto, afirma que, apesar da desoneração tributária, o aumento da arrecadação no País é preocupante: “É necessário um ajuste já para o início de 2015. Isso porque o cenário econômico é contraditório e caracteriza um descompasso, já que a arrecadação cresce mais do que a economia brasileira, ao mesmo tempo que o deficit do orçamento do governo também cresce. Vivemos um cenário em que a economia não cresce, os investimentos em infraestrutura diminuem, a inflação cresce, os juros aumentam, o crédito fica mais difícil e a arrecadação aumenta”, diz.
Além disso, o recorde de arrecadação reflete em um cenário econômico instável, que afeta diretamente o poder aquisitivo da população e, por consequência, prejudica diversos setores da economia, como o do comércio e da indústria, pois retira os recursos da sociedade prejudicando a poupança, os investimentos e o consumo.
Outro ponto destacado por Frias Neto é a conscientização do contribuinte, que pode ser ainda mais ativo: “Há necessidade de que toda a população, incluindo o empresariado, fique atento ao que é arrecadado. Isso pode ser feito, por exemplo, acompanhando os números do Impostômetro e por meio da discriminação dos impostos em notas fiscais, ambos projetos desenvolvidos pela FACESP para conscientização da sociedade brasileira. A informação é ferramenta ideal para que a sociedade tenha consciência do quanto destina e para que destina o seu dinheiro”, aponta o presidente.”
SERVIÇO – É possível acompanhar, por municípios, os valores arrecadados e destinados à União, diariamente, por meio do Impostômetro online: impostometro.com.br
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