Júnior Cardoso
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Alice Arruda Leite Oliveira Dorta, de 77 anos, está há mais de um dia aguardando vaga em um hospital da cidade na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Rezende, na zona norte de Piracicaba – SP.
Segundo a neta dela, Kelly Sandres, “Minha vó está desde ontem na UPA aguardando vaga, pois ao passar pelo pneumologista ele solicitou internação imediata por ela estar com uma bactéria muito resistente no pulmão” disse ela que estava revoltada com a demora na transferência para um hospital com mais estrutura. “Ontem quando três senhoras chegaram depois da minha avó, elas foram transferidas” disse.
O PiraNOT procurou a Secretaria de Saúde de Piracicaba e questionou a demora para conseguir a vaga. Em nota, a secretaria informou que a paciente encontrava-se assistida e recebendo atendimento médico e de enfermagem na UPA e esclareceu que a internação hospitalar não ocorre por ordem de chegada dos pacientes nas UPAs, mas segue protocolo internacional de classificação de risco (onde os pacientes mais graves, que necessitam mais rapidamente dos recursos hospitalares, são internados primeiro).
Ainda segundo a nota, a regulação das internações é realizada pela Central de Vagas do SAMU e depende da liberação de vagas por parte hospitais e a secretaria não mede esforços para que a paciente fosse encaminhada ainda hoje (23), para um dos hospitais do município, mas até o fechamento da reportagem, a idosa ainda estava na UPA.
Diante da situação, Sandres faz um desabafo. “Pelo Amo amor de Deus minha vó tem 77 anos e está com uma falta de ar, dor nas costas… pneumonia e bronquite e ela fala que isso não e nada” disse.
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MAIS RECLAMAÇÕES – Em Fevereiro outros internautas enviaram reclamações sobre outros pronto socorros de Piracicaba. Nesse caso eram da UPA da Vila Sonia. Segundo a internauta R.M.J., médicos da UPA estavam trabalhando com diversas dificuldades, entre elas a intercalação de salas. “Tenho passado por lá com minha filha e esta uma vergonha. A população reclama por falta de médicos mais pelo que vi médicos temos o que não tem é salas para médicos, pois cada um se reversa para fazer atendimento”. Na época, embora não darmos a notícia, o PiraNOT buscou uma posição da secretaria que também nos enviou uma nota onde a mesma dizia estar investindo R$ 3,6 milhões em intervenções físicas para melhorias das quatro UPAs do município até o final do governo do prefeito Gabriel Ferrato, em 2017. Ainda segundo a nota, esse dinheiro seria investido em reformas parciais, com pintura das unidades e revisão de seus telhados.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, essas intervenções teve início no dia 26 de janeiro, na UPA Vila Rezende, onde a idosa hoje aguarda uma vaga para transferência.
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PARTICULAR TAMBÉM EM CRISE – A crise na saúde não atinge só o SUS (Sistema Único de Saúde). No começo dessa semana o PiraNOT.com noticiou que mães que buscavam atendimento em um hospital particular invadiram a sala de um médico e o encontraram parado sem prestar atendimento que já superava cinco horas de espera em alguns casos.
Depois da publicação, recebemos outras inúmeras reclamações sobre esse mesmo plano de saúde. Inclusive mais graves. O PiraNOT entrou em contato com a assessoria de imprensa que por telefone no dia seguinte disse estar por dentro das reclamações e que daria uma posição nas próximas horas.
Na ocasião, alguns internautas, diante do atendimento nesse hospital particular, elogiaram a atuação do SUS que para elas estava sendo mais eficiente. É o caso da leitora F.A. que disse “Apesar de ter plano de saúde, em caso de emergência estou indo na UPA do Piracicamirim. O atendimento é rápido e a triagem é feita quase na hora que chegamos. Estou fazendo assim exatamente porque fiquei horas esperando atendimento e meus filhos voltaram do mesmo jeito”. Ela ainda conclui dizendo que “Só continuo com plano por causa da pediatra e dos exames que são feitos rapidamente” disse.
Diante da repercussão da notícia, funcionários desse plano de saúde nos procuraram e se defenderam. “Posso afirmar que o descaso da instituição não é apenas com os clientes, mas com os funcionários também que estão sem reajustes salarial há alguns meses, além disso o quadro de funcionários não condiz com a realidade de clientes que atendemos, sendo necessário a retirada de funcionários de outros setores para cobrir onde esta sobrecarregado” disse o funcionário que trabalha na enfermaria desse hospital há mais de quatro anos.