
O PiraNOT acompanhou ontem (25), no horário do almoço, a “Operação Escola Segura” realizada pela Polícia Militar (PM) em parceria com diversas escolas de Piracicaba – SP. Dessa vez, a operação ocorreu na Escola Estadual Professor Mello Ayres, na região central.
A operação ocorre uma semana após o portal de notícias veicular uma denúncia de uma mãe que dizia que pessoas mal intencionadas, que não tinham nenhuma ligação com os alunos que estudavam na unidade de ensino, estavam indo até o portão da escola para consumir maconha. Na época, o portal procurou a Diretoria de Ensino da região de Piracicaba que em nota disse que mantinha parceria com a PM para patrulhamento das ruas próximas e que desenvolvia projetos com os alunos e pais para conscientização e combate ao uso de drogas.

Nesta quinta, a cabo Tavares, uma das principais responsáveis pela operação, explicou como é desenvolvido este projeto. Ela ressaltou a importância da denúncia. “Se os pais que estão na porta da escola ver algo de errado, é para fazer contato com a direção, deixar um bilhete, uma forma de contato, para que agente possa trabalhar sim em conjunto com a direção e com a Polícia Militar porque não adianta fazer uma denúncia e não chegar para agente” disse ela que explicou que com base nas denúncias um planejamento de atuação é desenvolvido. “O planejamento é realizado com base em todas as denúncias de uma porta de escola. Chegando ao nosso conhecimento, agente constantemente vai estar fazendo essa operação juntamente com a direção afim de evitar coisas ilícitas”.
Ainda segundo a cabo, a escola fica em uma via onde constantemente passam viaturas policiais e que as pessoas mal intencionadas fogem quando as veem. “Aqui é um corredor de viaturas. Quando eles veem a viatura eles não vão fazer essa situação. Só que quando agente sai, e não tem a denúncia, não tem como agente fazer esse trabalho em conjunto” disse.

Embora o problema externo, que ocorre em diversas outras escolas da cidade, a Mello Ayres desenvolve projetos junto aos alunos com uma professora mediadora, a Beth, que também falou com o PiraNOT e explicou que trabalha com as crianças temas relacionadas ao uso de drogas escolhidos em reunião com a Diretoria de Ensino. “Todos os meses nós temos um encontro [com a diretoria] e definimos um novo tema. O mês de abril foi: Os efeitos da maconha no celebro do adolescente. Então todo mês de maio e junho nós estamos trabalhando esse tema” disse a professora que fala sobre a importância das aulas. “Eu acho um trabalho bem legal porque deixa eles conscientes dos efeitos do uso da maconha. Eu acho também que os motivos que levou este tema a ser escolhido foram dois: A legalidade de alguns países enquanto ao uso e ao benéfico dela como medicamento”. Beth acredita que antes de trabalhar o assunto, a maioria dos adolescentes acreditavam que a droga não trazia malefícios ou dependência para quem a consome.
Durante a operação, o repórter cinematográfico Valter Martins, notou que a cabo coibiu pessoas que estavam sem motivo próximo da unidade de ensino. “Agente coíbe para saber quem de fato está na porta da escola. Eu falei para ele, orientei mais uma vez, que na porta da escola são somente os responsáveis. Ai agente consegue fazer um trabalho em conjunto de prevenção com a direção e pais”.
Além da porta, a PM pode atuar dentro da unidade de ensino. “Se ele [aluno] é de menor, junto com a direção, agente já liga para os responsáveis para fazer essa abordagem, essa ação e até mesmo lavrar um BO [Boletim de Ocorrência]” disse.
Mias uma vez, Tavares reforça a importância dos pais. Dessa vez em pedir para que os alunos não fiquem parados na porta. “Tem aluno que na verdade acaba não frequentando [as aulas] e chega na direção que ele veio até o portão e acabou saindo com as más companhias. Os pais tem que verificar mesmo se os alunos estão entrando na escola. Se o portão está aberto já é para entrar. As vezes fecha o portão e ele vai entrar só na segunda aula. Se não houver esse trabalho em conjunto fica difícil só a cobrança em cima da policia e da direção” disse.