O Sindicato dos Bancários (SindBan) paralisou durante 1h o atendimento de oito agências da Vila Rezende, em Piracicaba, na manhã desta quarta-feira (30), para reforçar a pressão contra o reajuste proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Com apoio maciço da categoria, ato terminou com passeata pelas ruas do bairro.
Na rodada extra de negociação econômica com a Fenaban, dia 25, em São Paulo, os bancos apresentaram proposta com reajuste de 5,5% no salário e vales, o que nem chega perto de repor a inflação de 9,88% (INPC), representando perdas de 4% aos bancários, além de abono de R$ 2,5 mil não incorporado ao salário.
Segundo o presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, quando foi apresentada a proposta, o movimento sindical entendeu que havia forte provocação dos bancos à categoria. “Foi muito frustrante o que foi oferecido diante do que os bancários têm produzido no dia a dia. Após 12 anos conquistando aumento real, sequer propuseram a inflação”, comenta.
Paiva reforça que o Comando Nacional e os sindicatos buscaram acordo para evitar o desgaste de uma paralisação. “Os bancos colocaram seus lucros em primeiro lugar, mostrando mais uma vez irresponsabilidade. Defenderemos os bancários e a sociedade dessa ganância e falta de respeito. Não queremos quebrar nenhum banco, mas não vamos aceitar que eles quebrem os trabalhadores.”
Lucratividade astronômica – Somente nos seis primeiros meses deste ano, Banco do Brasil, Caixa, HSBC, Itaú, Bradesco e Santander obtiveram lucro de R$ 36,4 bilhões, montante 27,5% maior do que já haviam lucrado no mesmo período do ano passado. Além disso, as tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do país (Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander) nos últimos três anos cresceu até 169%, percentual 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período.
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ASSEMBLÉIA – Na próxima quinta-feira à noite (01), será realizada Assembleia Geral Extraordinária na sede do SindBan, às 18h, para avaliar proposta apresentada pela Fenaban para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e deliberar sobre paralisação das atividades por prazo indeterminado a partir da 0h do dia 6 de outubro.
“Muito difícil algum colega aprovar o reajuste de 5,5%. Não iniciamos a greve ainda, pois precisamos aguardar o período de 72h para que a sociedade seja avisada e a paralisação não seja considerada ilegal”, explica Paiva.
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MOBILIZAÇÕES – Além de Piracicaba, o sindicato já percorreu os municípios de São Pedro, Capivari, Santa Bárbara D`Oeste para conscientizar os bancários e a população sobre os desmandos do sistema financeiro. Tietê será a próxima cidade a receber informações necessárias sobre o andamento da Campanha Salarial, fechando o calendário de lutas antes da realização da assembleia.