O Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba comunicou nesta manhã que busca na justiça a liberação dos R$ 15,8 milhões de uma venda de um imóvel da Dedini Indústria de Base S/A para o pagamento de ex-funcionários.
O departamento jurídico da instituição apresentou na Justiça uma petição no processo de recuperação judicial referente à venda de um terreno da empresa no valor de R$ 15,8 milhões. O objetivo é que o montante seja destinado primeiramente ao pagamento dos créditos dos trabalhadores e não aos créditos fiscais devidos pela empresa, no sentido que em meio há uma crise política, econômica, desemprego, seria mais justo que o dinheiro fosse revertido aos trabalhadores.
Segundo João Carlos Ribeiro, Jipe, diretor do Sindicato, “o imóvel foi vendido, mas há todo um trâmite judicial para ser revertido aos trabalhadores. Estamos fazendo todos os esforços para que os trabalhadores recebam seus vencimentos”, destacou.
Tanto o juiz da recuperação judicial Dr. Marcos Douglas Veloso Balbino da Silva quanto o Ministério do Trabalho concedeu decisão favorável ao pedido e encaminhou para o juiz da 4ª Vara da Justiça Federal de Piracicaba.
De acordo com Dr. Luis Fernando Severino, advogado do Sindicato, “Não dá para afirmar que o dinheiro será revertido para os trabalhadores. Existe um pedido, a transferência do valor, mas temos que aguardar a decisão do juiz”, comentou.
A medida beneficiaria tanto os trabalhadores de Piracicaba como também de Sertãozinho. Mas, há ainda a resistência da Fazenda Nacional da União, que se manifestou contrária e quer que o valor seja destinado para o pagamento de débitos fiscais.
A Dedini está em processo de recuperação judicial. A Assembleia de Credores deverá ocorrer em março. Em créditos trabalhistas a dívida da empresa gira em torno de R$ 32 milhões. A Dedini é devedora também de rescisões que variam de R$ 800 mil a R$ 1,2 milhões.
Os trabalhadores demitidos da Dedini dispensados até 25 de agosto de 2015 estão com as rescisões junto à recuperação judicial. Já os trabalhadores dispensados após esta data não entram na recuperação judicial.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, muitos trabalhadores procuram a instituição em uma situação de desespero, com contas de água, luz, telefone, aluguel, parcela de carro, pensão alimentícia, dentre tantas outras contas atrasadas.