
Diferente de boa parte da população piracicabana atualmente que se queixa da demora no atendimento e limitações do SUS (Sistema Único de Saúde), o presidente da Câmara de Piracicaba, Matheus Erler (PTB), elogiou o sistema em visita na manhã desta terça-feira (3) onde conheceu a rotina da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) “Dr. Fortunato Losso Netto”, no Piracicamirim.
Recebido por Osvanir Pereira Gomes, assessor da Secretaria Municipal de Saúde e responsável pelo gerenciamento das quatro UPAs de Piracicaba, Erler percorreu as instalações do prédio, situado na rua Rio Grande do Norte, e conversou com o médico e diretor técnico do local, Mário Antonio Martins de Paula, e a enfermeira-chefe Daiane dos Reis.
A UPA Piracicamirim conta com quatro clínicos gerais e dois pediatras. Projetada para atender uma média de 350 pessoas por dia, a unidade chega a receber o dobro de pacientes. Para se ter uma ideia, a semana iniciou com 457 atendimentos na segunda-feira (2) e a expectativa para o dia da visita era de que passe de 600.
Embora reconheça que há limitações, Osvanir destaca que o atendimento na UPA consegue, frequentemente, ser mais ágil que o da rede privada, em que a espera chega a ultrapassar três horas. “Às vezes, o pessoal reclama, mas não temos capacidade física de atender tanta gente rapidamente. Atendemos, mas demora”, afirmou.
Erler comparou a realidade do Sistema Único de Saúde com a de hospitais particulares e classificou o trabalho dos profissionais das UPAs de “exemplar”. “Não é fácil. Vocês trabalham com uma estrutura que o SUS não fornece, com uma demanda gigante, e ainda assim conseguem prestar um atendimento de qualidade e salvar milhares de vidas. É uma missão, um sacerdócio”, salientou.
O presidente da Câmara defendeu o respeito ao trabalho dos funcionários e ressaltou que o papel do vereador é fiscalizar as ações da administração pública, sem, no entanto, usar do cargo para desrespeitar profissionais no exercício de suas funções ou cobrar atenção especial quando busca atendimento para alguma pessoa em postos da rede de saúde.
“Difamação gratuita é ruim, porque o povo vem ‘armado’ depois”, criticou o médico Mário Antonio. O diretor técnico da UPA Piracicamirim lembrou que, com a crise econômica, a cidade tem recebido cada vez mais pacientes de municípios vizinhos e que, ainda assim, “em comparação ao restante do Brasil e até do Estado de São Paulo, a saúde em Piracicaba vai bem”.
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OUTRO LADO – A UPA visitada por Erler foi motivo de diversas reclamações no último mês de leitores do PIRANOT que se queixaram de esperar quatro horas ou mais para conseguir atendimento médico. As queixas foram no dia 01 e 18 de abril.
Desde que a população passou a reclamar fortemente do atendimento do SUS, alguns vereadores da cidade vêm tentando proteger a atual administração pública e usando a tribuna da Câmara para ‘desmentir’ a situação sentida pela população.
As investidas dos parlamentares da base aliada geraram revolta em setores da sociedade. Uma carta de repúdio no dia 18 foi emitida pelo diretor do Sindicato dos funcionários da USP de Piracicaba, Ony Rodrigues. “Hoje temos em nossa casa de leis vários representantes que fazem parte da saúde, mas que até o momento ou nada fizeram para que pudéssemos ter uma pequena melhora que fosse em relação à saúde, ou será que quando um munícipe fica por mais de 4 horas esperando atendimento em um dos nossos PSs é considerado pelos médicos da casa como sendo um excelente atendimento e que com a saúde esteja tudo bem.”, disse.
O PIRANOT também noticiou dois casos de pacientes que esperaram 20 dias ou mais por cirurgia internadas na Santa Casa no mesmo mês.