A Unidade de Oncologia da Santa Casa de Piracicaba (CECAN) promoveu ontem (12), um evento científico direcionado a médicos de Piracicaba e região para apresentar a técnica de IMRT- Radioterapia com Intensidade Modulada, o mais recente e moderno tratamento direcionado ao combate dos cânceres de próstata e de cabeça e pescoço.
Os profissionais foram recepcionados no salão nobre do Hospital, onde os oncologistas Bernardo Salvajoli e Ludmila Siqueira, do HCOR-São Paulo, e André Moraes, do Cecan, apresentarão aspectos e avanços no tratamento do câncer com uso da nova tecnologia.
Segundo o oncologista Fernando Medina, diretor do Cecan, a IMRT é uma técnica extremamente avançada e disponível em poucos centros clínicos do estado de São Paulo devido, sobretudo, à tecnologia envolvida e à capacitação profissional necessária a sua aplicação.
Ele lembra que o objetivo de todos os tratamentos de radioterapia é causar o máximo de dano às células cancerosas com o mínimo de efeitos às células normais. “A máquina de IMRT cumpre justamente essa função por ter a capacidade de controlar melhor o feixe de radiação que as máquinas convencionais”, revela o oncologista.
Ele explica, comparando a radiação emitida pelo IMRT ao funcionamento de uma lanterna comum, que permite direcionar o feixe de luz para onde for necessário. “O método de emissão radioativa utiliza a chamada estrutura de aceleração linear para criar a energia necessária à produção de um feixe de radiação direcionado com precisão sobre as células cancerosas, danificando seu DNA fazendo com que as células do tumor morram”, disse Medina.
O oncologista revela ainda que a modalidade pode ser uma grande aliada também no tratamento dos tumores pediátricos devido a sua alta capacidade de redução da dose nos tecidos sadios. “Com a redução da dose de radiação sobre tecidos adjacentes, é possível aumentar as doses de radiação sobre o tumor, aumentando as probabilidades de um tratamento mais eficaz”, observa o oncologista.
Foto-legenda- O equipamento permite que o tratamento seja individual, respeitando-se as características e necessidades de cada paciente
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A TÉCNICA – Segundo o oncologista Fernando Medina, a técnica de IMRT ainda é uma novidade tecnológica bem recente. Sua instalação requer um moderno sistema de planejamento computadorizado em 3-D (três dimensões) para aperfeiçoar o nível de radiação emitida. O acelerador linear também precisa estar devidamente equipado para trabalhar com a IMRT.
“Trata-se de uma técnica bastante complexa, que envolve um grande número de profissionais, a exemplo do radioterapeuta, físico, dosimetristas, técnicos de radioterapia e enfermeiros. “A complexidade do processo implica na verificação precisa da dose que será administrada ao paciente, por meio de programas de controle da qualidade executados pelo físico para cada plano do tratamento, que é individual, respeitando-se as características e necessidades de cada paciente.