Morreu neste domingo, aos 86 anos um dos maiores autores brasileiros do século 20, Ferreiro Gullar.
Eleito em 2014 como “Imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL), na qual passou a ocupar a cadeira nº 37, o poeta, escritor e teatrólogo maranhense estava internado por complicações pulmonares, e havia desenvolvendo uma pneumonia. Em nota, o hospital Copa D’Or, na Zona Sul do Rio, confirma a morte do escritor, mas não diz tempo de internação ou causa da morte a pedido da família do escritor. Ainda não há informações sobre velório e enterro.
OBRAS MARCADAS POR QUESTÕES POLITICAS E SOCIAIS
Ferreira Gullar é um dos poetas mais relevantes da literatura brasileira. Expressou através de seus textos a necessidade de lutar contra a opressão social. A poesia engajada é uma marca da obra do autor, na qual acreditava que a produção artística deveria levar em consideração o que está acontecendo com o mundo.
Dono de obras com uma linguagem inovadora, o maranhense de São Luis, Gullar mudou – se para o Rio de Janeiro no inicio dos anos 50. Sua facilidade de relacionar o mundo verbal com a visual o levou para grandes revistas e jornais da época, como a “Manchete” e o “Diário Carioca”
Nomeado por Jânio Quadros como diretor da Fundação Cultural de Brasilia, foi preso em 1968 após o Ato Institucional nº5 entrar em vigor, tendo como companhia Caetano Veloso e Gilberto Gil. Poucos anos mais tarde, resolve se exilar. Mas, mesmo vivendo sob estas condições, acaba sendo um dos colaboradores do importante “O Pasquim”, assinando como Frederico Marques.
Ferreira Gullar chegaou a colaborar com novelas da Rede Globo, por convite do também escritor Dias Gomes. O autor, que teve filhos esquizofrênicos, publicou em 1996 a biografia de Nise da Silveira, uma médica psiquiátrica que era contra o tratamento agressivo oferecido ao doente metal, em especial o eletrochoque e a lobotomia.
O poeta ganhou o Prêmio Camões em 2010, o Prêmio Jabuti em 2007 com o livro “Resmungos”, levou o prêmio novamente em 2011 com “Em alguma parte alguma” e a primeira vez foi com o livro “Muitas Vozes”, de 1999.