Foi com um pedido de ajuda que a voluntária da Sociedade Piracicabana de Proteção Animal (SPPA) Elcian Granado. Antes, o trabalho era apenas de castração e doação de gatos pela cidade de Piracicaba, contudo, ao ficar conhecendo duas pessoas que precisavam de ajuda para 600 gatos, que passavam fome, a situação mudou.
” Liguei e comecei a ajudar com ração. Um dia resolvi conhecer pessoalmente a situação dos gatinhos do cemitério e fiquei muito triste com o que vi demais. Não adiantava continuar doando ração e mais ração se não fizesse um trabalho maciço de castração e doação de filhotes. Eram muitos filhotes, magrinhos e muitos não resistiam e morriam. Com isso, combinei com o Sr. Antonio Sergio Scanavaca de começarmos um trabalho de castração e doação de filhotes. Castrávamos uma média de 08 gatos por semana com o Dra. Sandra Ortiz Ducatti e os filhotes eram recolhidos, tratados e doados.”, comenta Elcian.
O trabalho, que começou com ração em 2007, foi avançando, até que em 2011, começaram as castrações. Em 2012, se forma a equipe Gatos do Cemitério, com o apoio vindos de Drica Tabachi e Rita Prado. Hoje a equipe conta com 17 voluntários.
“Hoje nós oferecemos alimentação, castração, doação de filhotes, tratamentos médicos veterinários, limpeza dos abrigos. Temos também as pessoas que nos ajudam com lares temporários, entre elas a Julia Arantes, uma pessoa maravilhosa. Hoje são 300 gatos que cuidamos.” alerta Elcian. “Os tratamentos dos gatos do cemitério são feitos atualmente na clínica veterinária Toca dos Bichos, pagos mensalmente. Os tratamentos dos gatos que não são do cemitério fazemos na clínica veterinária Pet Planet e nela estamos devendo por volta de R$ 10.000,00 e as castrações são feitas na clínica veterinária Ducão, onde estamos devendo perto de R$ 6.000,00.”
Um destes gatos é o Lelinho, gatinho branco e amarelo que a Dani Estevam considera como um filho. Em um sábado a noite ele chegou seriamente ferido em casa. Ela não sabe se ele foi atropelado ou sofreu maus tratos. Desesperada, ela entrou em contato com a equipe “Gatos do Cemitério”, que, sem pensar nas questões financeiras do grupo, enviou o felino para a clinica para a Pet Planet para cirurgia. A situação dele era muito delicada. Ficou semanas internado, fez cirurgia e até sonda esofágica ele precisou, porque não estava conseguindo se alimentar. Em breve Lelinho terá que passar por nova cirurgia, desta vez corretiva.
Recentemente foi criada uma vaquinha virtual para atingir o valor de R$5000,00 em doações, os quais serão destinados para pagar parte da dívida que temos com a Pet Planet. Os tratamentos dos gatos do cemitério são pagos com a venda dos produtos da ONG, com ajuda de ajuda dos padrinhos e madrinhas e o resto saí do bolso dos voluntários.
“As doações são constantes dos padrinhos e madrinhas. Fora isto, as doações aumentam um pouco no fim do ano elas aumentam. Já no resto do ano elas são mais escassas. Passamos de 10 pedidos diários. Só eu recebo uma média de 06 a 07 por dia. Por isto, o que vier de ajuda financeira é sempre bem vindo”, ressalta Elcian. “As feirinhas que são organizadas pelas voluntárias Diana Panserini, Thaís Oliveira, Celia Rossi e Lú dos Santos, são vendidos nossos produtos, alem de arrecadação de doações e doações de filhotes, que nem todos são do cemitério. Porém é sempre difícil arrecadar algo, e é ainda mais difícil doar um gatinho.”