Há exatamente dois anos, o homicídio de Denise Stella chocava a cidade de Piracicaba e região. A designer foi assassinada pelo amante, após o mesmo descobrir que ela estava grávida. Stella tinha 31 anos.
O caso
No dia 24 de abril de 2017, a designer Denise Stella estava sozinha em sua residência no bairro Jardim Palmare, em Saltinho. Seu pai, Antônio, estava hospitalizado já há 12 dias para tratamento de um câncer e a mãe fazia companhia para ele no hospital. Nesse dia, Denise saiu para jantar na casa de uma amiga e, assim que foi embora, nunca mais foi vista.
No dia seguinte — terça, 25 — todos amanheceram sem notícias de Denise. Sua irmã, Débora, foi a primeira a desabafar publicamente. E assim, ela o fez em sua página na rede social Facebook. Preocupada com a irmã, Débora achava que Denise havia sido sequestrado, e na mensagem, implorava para que o suposto sequestrador deixasse Denise fazer uma ligação à família.
Como a jovem Denise, de apenas 31 anos, não costumava se ausentar por tanto tempo de sua família sem dar notícias, logo todos já acreditavam na hipótese de um provável sequestro.
Segundo depoimento de uma parente da família (que pediu para que não fosse identificada), Denise havia sido abordada por alguns homens num carro por volta das 21h30 do dia 24. Na ocasião, essa parente de Denise comentou que “pelo que deu para ver nas imagens de uma câmera de uma loja, eles pararam em frente ao veículo dela e depois saíram [com o carro] sentido estrada de terra que vai para Rio das Pedras”.
Dispostos a dar uma solução o mais rápido possível para o caso, investigadores trataram logo de iniciar uma série de buscas não só pela cidade de Saltinho, mas por toda a região.
Por fim, o carro de Denise Stella foi encontrado numa área rural do município de Piracicaba.
O que chamou a atenção dos investigadores do caso é que nenhum resgate havia sido pedido à família; logo, a hipótese de um possível sequestro foi perdendo força.
Após o encontro do automóvel, policiais começaram a fazer contato com amigos e familiares de Denise, em busca de alguma informação que pudesse dar um rumo à investigação. E conseguiram. Denise mantinha uma relação secreta com um homem sete anos mais velho, chamado Cristiano Gilberto Romualdo. Apenas algumas poucas amigas de Denise sabiam desse relacionamento — para se ter uma noção, nem mesmo sua mãe sabia desse relacionamento. Denise e Cristiano trabalhavam juntos na Catha Confecções, uma empresa voltada à confecção de roupas infantis, e Cristiano era gerente de Denise. Ela trabalhava ali na Catha há dois anos, e havia largado Piracicaba após sete anos de trabalho numa empresa da cidade para poder trabalhar em Saltinho, próximo à sua família.
A fim de esclarecer por definitivo qual vínculo Cristiano possuía com Denise, investigadores o abordaram para um interrogatório. As coisas começaram a tomar um panorama diferente, assim que os policiais perceberam que Cristiano se contradizia quase que a todo momento.
No começo, Cristiano disse à polícia que, na hora do crime, estava fazendo compras em um supermercado da região. Para comprovar a veracidade do álibi, investigadores solicitaram as imagens das câmeras de segurança do suposto supermercado e constataram que o álibi de Cristiano não batia.
Outro detalhe que conspirou contra Cristiano foi a descoberta que os policiais fizeram de mensagens que ele havia enviado ao celular de Denise, no dia do desaparecimento da jovem (24 de abril), com o propósito de marcar um encontro com ela.
Confrontado com as evidências, Cristiano finamente confessou o crime e detalhou toda a ação. O corpo de Denise foi encontrado na quarta-feira, dia 26 de abril, na ribanceira de um canavial.
Motivação
Cristiano era casado e não estava nem um pouco disposto a separar-se de sua mulher para assumir o relacionamento com Denise. Por isso, quando ele descobriu que Denise estava grávida (de uma menina), tentou de todos os jeitos esconder a situação. E a forma mais plausível que ele encontrou foi tramando a morte de Denise.
Em momento algum ele chegou a pedir que Denise praticasse um aborto. Porém, ele foi enganando-a de maneira sorrateira, dando a entender que assumiria a criança. Ele sabia que era só assim que conseguiria atrair Denise para uma região isolada e cometer o crime.
Os investigadores chegaram à conclusão que Denise foi agredida por diversas vezes e em várias partes do corpo, incluindo na cabeça, no tórax e no abdômen. Após as agressões, Cristiano asfixiou Denise até a morte com o cinto de segurança do automóvel.
O sepultamento de Denise Stella foi realizado às 10 horas do dia 27 de abril, no Cemitério Municipal de Saltinho. Tristeza, inconformismo e comoção marcaram o último adeus e selaram aquele dia trágico.
A morte de Denise foi um entre cinco casos de feminicídio que mais abalaram Piracicaba e região em 2017. O PIRANOT checou o andamento do caso junto aos investigadores e constatou: Cristiano segue preso.
Acompanhe o Piranot
Quer saber o que acontece em Piracicaba e região? Então, clique aqui e baixe o nosso aplicativo para celular, nós te manteremos informado.