Pelo menos 834 presos fugiram de quatro unidades prisionais do estado de São Paulo durante rebeliões que aconteceram nesta segunda-feira (16), contra decisão da Justiça em suspender a saída temporária de mais de 34 mil detentos para evitar risco de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19).
Um quinto presídio teve princípio de rebelião, mas não houve fuga de nenhum detento. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), até às 8h55 desta terça-feira (17), 429 presos tinham sido recapturados pela Polícia Militar (PM).
Os dados foram divulgados nesta manhã pela SAP, mas o número de presos que fugiram deve aumentar, já que a secretaria ainda contabilizava o total de fugitivos.
Motivo das rebeliões
De acordo com informações, todos os presos que participaram das rebeliões das unidades em Sumaré, Mongaguá, Porto Feliz, Tremembé e Mirandópolis são do regime semiaberto. Nesta terça-feira (17) estava prevista a saída temporária deles para passar a Páscoa com suas famílias.
Contudo, diante do aumento do número de casos do novo coronavírus, a SAP pediu à Justiça que o indulto de Páscoa fosse barrado para evitar que os presos saíssem e voltassem infectados, contaminando assim outros detentos.
Por meio de nota à imprensa, a Secretaria da Administração Penitenciária classificou as rebeliões no estado como “atos de insubordinação”.
“A medida foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados”, diz o texto.
De acordo com a decisão, a saída dos detentos deverá ser remarcada pelos juízes corregedores dos presídios, por ato conjunto ou isoladamente, conforme os novos cenários em relação à doença.