A Polícia Civil pediu a prisão de um homem acusado de tentar extorquir o governador João Doria (PSDB).
Segundo as investigações, o homem entrou em contato por meio de rede social da primeira-dama Bia Doria e também mandou mensagens de áudio ao governador. Entre as mensagens, segundo foi apurado, havia a cobrança de R$ 5 milhões para que o governador não fosse assassinado.
“Ele gravou um áudio dizendo que uma facção criminosa iria matar o governador numa determinada data e que havia sido combinado o valor de R$ 3 milhões nesse homicídio. E que, se o governador pagasse R$ 5 milhões, ele não seria morto”, disse o advogado Fernando José da Costa, que representa o governador no processo.
A polícia afirma ter identificado o suposto responsável, Hércules Cordeiro Torres, por meio de endereço email e conta vinculada ao Instagram, na conta @opdoriajr.
“Já no âmbito das investigações, fora feita solicitação ao Facebook, seguida da resposta, onde se identificou não só os Ips (Internet Protocol) de criação e acesso da conta “@opdoriajr”, utilizada para as extorsões, como o e-mail vinculado a tal conta, ou seja, heir@outlook.com.br. Tal e-mail provou-se ser do indiciado Hércules, como se verá do Relatório de Investigação com a marcha desta”, diz o relatório de investigação.
De acordo com o documento, Hércules e sua namorada estão presos e já prestaram depoimento, em Santa Cruz do Capibaribe (PE). “Ponto fulcral, além da “confissão” do indiciado Hércules, o fato de sua namorada, Maria Alane dos Santos Silva residir ao lado de Geneci de Souza Lima e utilizar o sinal de Internet deste.
Insta recordar que o assinante de uma das linhas vinculadas a um dos Ips utilizados para acessar a conta “@opdoriajr”, é justamente Geneci”, diz o relatório.
O relatório fala ainda em uma suposta confissão do suspeito. “Como pré-requisito, há robustos indícios de autoria, inclusive (e principalmente), confissão do indiciado. Não convence a versão de que “queria apenas assustar” as vítimas; muito ao contrário, insistiu na extorsão por meio de áudios (após tê-las feito por meio de mensagens de texto)”, afirma o relatório.
O advogado Fernando José da Costa afirma que agora vai peticionar ao Ministério Público para que também peça a prisão preventiva e faça a denúncia por extorsão. Segundo ele, Hércules já havia sido preso em maio, de maneira temporária.
Na ocasião, ele era investigado por fazer ameaças semelhantes, com cobrança de R$ 3 milhões para que o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), não fosse morto.
A autoridade policial paulista argumenta que, como o crime tem pena superior a quatro anos, a prisão preventiva é admissível.
A reportagem não localizou Hércules e sua namorada.