As novas projeções do Centro de Contingência do Coronavírus mostram que até 31 de julho, o estado de São Paulo pode chegar a ter entre 510 mil a 600 mil casos e de 21 mil a 26 mil mortes pela doença. Desde o início da pandemia até esta quinta-feira (16), o estado somou 402.048 casos de Covid-19 e 19.038, de acordo com dados apresentados pelo secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro.

Até esta quarta (15), foram registrados 393.176 casos e 18.640 mortes pela doença. Os estudos haviam mostrado que São Paulo poderia ter entre 18 mil e 23 mil mortes e de 335 mil a 470 mil infectados no período. De acordo com Ribeiro, os números se encontram dentro das projeções feitas pelo Centro de Contingência do Coronavírus para a primeira quinzena de julho.
No estado de São Paulo, até o momento, 252.699 pessoas se recuperaram da doença. Destas, 56.057 necessitaram de internação e tiveram alta hospitalar. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 66,5% no estado e 65% na Grande São Paulo. Internados nas UTIs com confirmação ou suspeita da doença somam 5.982 pacientes; outros 8.884 estão nas enfermarias.
Até o dia 30 de junho, o estado de São Paulo realizou 1,1 milhão de testes para diagnóstico de Covid-19, segundo mostra um placar de testes exibido durante coletiva de imprensa, no Palácio do Governo, no Morumbi (zona sul).
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, afirma que em dois meses a capacidade de testagem do estado foi aumentada em 514% de 108 mil testes até abril, o estado chegou a 361 mil em maio e 663 mil em junho (os números levam em conta o rápido, o RT-PCR e outros tipos de testagens, que não foram especificados).
De 5 a 11 de julho, foram realizados 128 mil testes (média diária de 18.000). “Estamos realizando cerca entre 45 e 50 testes a cada 100 mil habitantes, mas, nós não queremos parar aí. O governador João Doria nos pediu para termos metas mais ambiciosas para que São Paulo seja referência não só para o Brasil, mas para o mundo no combate dessa pandemia”, diz Ellen.
“Testes são importantes, não há a menor dúvida. Mas os testes têm que ser usados de forma inteligente. Nós temos que usar os testes como uma ferramenta de apoio ao combate à epidemia. Do ponto de vista epidemiológico, o teste fornece o caminho para ações. Quando nós temos um teste positivo, nós estamos sabendo onde que o vírus está. A pessoa que está com o vírus. E é essa pessoa que vai disseminar a infecção pela população”, diz Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
“A primeira estratégia que montamos no estado de São Paulo foi ligar o teste à pessoa. Cada um desses testes tem um CEP. Sendo positivo tem um endereço. Nós usamos esse CEP para olhar a distribuição da infecção no território e aí desencadear as demais ações”, afirmou o diretor.
Para Dimas Covas, “o teste ajuda, mas não é suficiente. A estratégia tem que ser a partir do caso identificado, entrar com as ações de vigilância em saúde, procurar os contatos, permitir que a pessoa que está positiva possa fazer a quarentena, da mesma forma que seus contatos possam fazer a quarentena, porque é assim que vamos fazer com que diminua a taxa de contágio, a circulação viral”.
Máscaras
Em 15 dias, no estado de São Paulo, os fiscais da vigilância sanitária fizeram 20 autuações pela falta do uso de máscaras — quatro pedestres e 16 estabelecimentos. No período, foram visitados 7.013 comércios nas principais cidades paulistas.
Segundo a diretora do órgão, Maria Cristina Megid, nos demais casos a abordagem apenas foi educativa, com a conscientização da importância do uso de máscaras e do distanciamento social para controle da doença.
O valor da multa varia entre R$ 524 e R$ 5.000.
Segundo decreto do governador João Doria, o uso de máscaras é obrigatório desde 7 de maio.
Volta às aulas
O Centro de Contingência do Coronavírus prometeu reavaliar a data da volta às aulas programada para 8 de setembro.
O anúncio foi feito nesta quinta após o questionamento sobre uma projeção feita pelo matemático e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Eduardo Massad, que estima 17 mil mortes de crianças com a retomada das aulas no Brasil.
João Gabbardo, coordenador do comitê de saúde, disse que, em função desta informação, pediu ao centro de contingência uma reavaliação do que já havia sido definido com o Secretário Estadual da Educação, Rossieli Soares. Se houver alguma mudança, o anúncio será feito em coletiva de imprensa.
Hospital de Campanha do Anhembi
O prefeito Bruno Covas anunciou nesta quinta a desativação de 561 leitos do Hospital de Campanha do Anhembi (zona norte) no dia 1º de agosto. A economia será de R$ 19 milhões mensais. A justificativa para a medida é a estabilização da doença na capital paulista. O ritmo do aumento de mortes por Covid-19 desacelerou nos 96 distritos da cidade.
O hospital, criado temporariamente para atender pacientes com Covid-19 continuará com 310 leitos em operação, sendo 294 de enfermaria e 16 de estabilização.
O Hospital de Campanha do Anhembi foi montado com 1.800 leitos — 807 de enfermaria, 64 de estabilização e 929 de contingência.
No hospital da Brasilândia, serão abertos mais 132 leitos de enfermaria permanentes e o Sorocabana receberá 60 novos leitos de enfermaria.
Fechado desde 2011, o antigo Hospital Sorocabana teve um andar reativado para atendimento de pacientes com Covid-19.
No total, desde o início da pandemia, foram criados 2.886 novos leitos — 1.340 de UTI e 1.546 de enfermaria.
A gestão Covas também implementou oito novos hospitais, sendo dois provisórios (Hospitais de Campanha do Anhembi e do Pacaembu) e seis permanentes (Parelheiros, Brasilândia, Bela Vista, Cruz Vermelha, Capela do Socorro e Guarapiranga).






