No último sábado (30), uma criança de 11 anos, que era torturada pela própria família e mantida em cárcere privado, foi resgatada em Campinas (SP) pela Polícia Militar (PM).
O menino era mantido acorrentado dentro de um barril de tinta, com o tampo fechado por uma peça de mármore, nu e sem comida há dias. O pai, a madrasta e a irmã mais velha do garoto foram presos em flagrante pelo crime.
Segundo informações, uma denúncia anônima direcionou os policiais até o local. A situação em que o menino foi encontrado era “desoladora”, de acordo com a PM. “Ele disse para mim que chegou a comer fezes, porque não davam comida para ele”, contou o policial.
Ainda de acordo com a PM, o menino era mantido em pé no espaço, acorrentado pelos pés e mãos, onde também fazia necessidades fisiológicas. A criança foi encontrada nu, debilitada, com as pernas inchadas e apresentava graves sinais de desnutrição e desidratação.
Os policiais usaram um corta-fios para remover as correntes e ele foi socorrido por uma equipe do SAMU ao Hospital Ouro Verde, onde permanecia internado até este domingo (31) e sob a tutela de uma tia paterna. A determinação foi feita pelo Conselho Tutelar de Campinas.
O delegado de plantão determinou a prisão do pai da criança e, caso ele seja denunciado e condenado, pode receber pena mínima de prisão pelo crime que varia de dois a oito anos. Já a namorada e a filha dela, se responsabilizadas apenas pela omissão do crime, podem receber pena de um a quatro anos de detenção. A polícia arbitrou fiança de R$ 5 mil para cada uma delas, mas não há informações sobre os pagamentos até a publicação desta reportagem.