As opiniões e o conteúdo da coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PIRANOT, mas sim do autor.
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O BOLSONARO QUE O O PL GOSTA 1
Segundo relatos de analistas políticos, que mantiveram conversas reservadas com a cúpula do PL, Bolsonaro caminha a passos largos para uma situação de dependência que é perfeita ao partido; aparece cada vez mais, sem condições políticas de impor suas vontades, pois enfraqueceu depois da inelegibilidade e de sua fracassada tentativa de enquadrar o governador Tarcísio de Freitas, mas ainda é um grande puxador de votos.
O BOLSONARO QUE O O PL GOSTA 2
Sua saída do partido, decorrente de alguma contrariedade ou rusga, torna-se cada vez mais improvável, à medida que ele se torna mais dependente de sua estrutura política, judicial e financeira. Os quatro anos de um mandato presidencial, podem parecer algo significativamente curto para quem carrega a faixa, mas uma eternidade para aquele que sabe que não haverá disputa possível, num horizonte tão próximo. Se a tarefa de manter-se em evidência política, sem a caneta, pode parecer inglória até para os mais hábeis políticos, é muito pior para aqueles cuja habilidade retórica e estratégica, não são tão notórias assim.
O BOLSONARO QUE O O PL GOSTA 3
A tentativa de influenciar na reforma tributária foi, talvez, a maior derrota política de Bolsonaro após deixar a cadeira presidencial. Há quem ouse dizer, que foi mais significativa até que a inelegibilidade, cuja precificação era dada como certa, bem antes das eleições. Poucos partidos exemplificam tão bem o que é o Centrão, quanto PR, PP e o PL de Valdemar da Costa Netto. E sua aproximação com Bolsonaro, obviamente teve, e tem, um preço alto, assim como qualquer movimento feito por eles desde os tempos do Mensalão. Manifestações de poder mal sucedidas do ex -presidente, podem demonstrar que o preço que Bolsonaro pode pagar, já não é mais tão atrativo, quanto ministérios e cargos nos segundo e terceiro escalões do governo.
ATÉ ONDE VAI A PARCERIA DO CENTRÃO COM O GOVERNO
Ao mesmo tempo, partidos e atores independentes, comandados por Lira, fazem questão de manter jogo duplo com o governo, demonstrando apoio, mas também, que sua força e apetite são vorazes. Lula, habilmente, tem demonstrado que não trabalha sob chantagem, conseguindo manter, com o bom desempenho econômico, uma margem de manobra para reduzir essa fatura. Embora os valores liberados em emendas ao centrão sejam vultosos, não representam nem a metade do que foi liberado por Bolsonaro até o mesmo período de mandato. Ciro Nogueira, dirigente e parceiro de primeira ordem de Bolsonaro, embora não admita, já começa a amenizar o discurso em direção a uma possível aproximação com o planalto, deixando integrantes de seu partido, com caminho livre para assumir ministérios e cargos.
PRESSÃO SOBRE O BACEN
Com a notícia da primeira deflação do governo Lula, puxada pela queda no preço dos alimentos, cessaram definitivamente, as justificativas possíveis de Campos Netto, para manter a taxa básica de juros no maior patamar real do planeta (isso inclui países em guerra ou sob efeito inflacionário dela). Claro, que a oitava queda seguida está longe de ser o único motivo. Somam-se a ele a alteração do método de cálculo da meta de inflação, que agora acompanha o mesmo sistema adotado em países como EUA e a reforma tributária, que promete uma alteração imensa na dinâmica econômica. Espera-se que a partir da próxima reunião do dia 1 de agosto, a discussão sobre o tema se altere da perspectiva de haver redução para o tamanho dessa diminuição.
REFORMA TRIBUTÁRIA 1
O Brasil, enfim, parece ingressar no rol de Países que não mais ostentam um manicômio tributário, paraíso de advogados do tema, inaugurando uma sistemática mais simples, já adotada nas principais economias do mundo, de taxar apenas o valor adicionado durante a produção ou prestação de serviço. Como antecipado nesta coluna, na semana passada, Lira entregou o que prometeu, com uma eficiência histórica e bastante cara. A cesta básica conseguiu ter isenção total e estados e municípios mantiveram relativa autonomia na gestão da destinação de seus recursos de ICMS e ISS. Agora, cabe ao Senado analisá-la, o que Pacheco prometeu fazer a toque de caixa, ao menos até meados de outubro. Ao longo deste período, exploraremos por aqui, eventuais alterações em seu texto.
REFORMA TRIBUTÁRIA 2
A articulação de Tarcísio de Freitas conseguiu manter a balança pendendo em direção aos estados do Sul e Sudeste, numa acertada estratégia de tomar parte numa discussão inevitável. Haddad, claramente, teve destaque na aprovação de uma reforma que acumulou 30 anos de insucessos e maturação. Cada vez mais, ele se revela um exímio articulador, ganhando confiança do mercado e de atores políticos mais pragmáticos. Ambos mostraram que a política de verdade, pode, e deve, ser feita fora das redes sociais. Operadores de mercado já começam a transparecer certo alívio com a inelegibilidade de Bolsonaro, que sequer alterou o bom humor da bolsa de valores, evidenciando um cenário dos sonhos à Faria Lima, com dois expoentes moderados de cada lado, Tarcísio e Haddad, disputando um eventual segundo turno em 2026. Resta saber se PT e a ala bolsonarista do PL, ficarão satisfeitos com a substituição de seus ícones.
Até semana que vem, caros leitores!