Uma nova discussão sobre os limites da inteligência artificial (IA) foi reacendida após a cantora pop Madonna tomar uma decisão polêmica. A artista proibiu o uso de inteligência artificial para recriar sua imagem após sua morte. A divulgação dessa decisão ocorreu por meio das redes sociais da cantora, onde ela expressou sua vontade de não permitir que sua imagem seja utilizada “para fins comerciais ou outros” sem a sua autorização.
No entanto, essa discussão transcende a figura da cantora Madonna. O caso serve como um exemplo do crescente dilema ético e tecnológico relacionado ao uso da inteligência artificial para reavivar pessoas mortas. Especialistas têm debatido amplamente sobre como essa tecnologia pode ser usada, tanto para fins benéficos como para possíveis consequências negativas.
Em 2022, a empresa chinesa DeepMind desenvolveu um modelo de IA capaz de gerar imagens realistas de pessoas falecidas, como no caso do jovem cujo rosto foi recriado após um acidente de carro. Essa tecnologia rapidamente levantou questões sobre a ética por trás de trazer de volta a imagem de alguém que já se foi, bem como as implicações emocionais para os entes queridos.
No Brasil, a empresa brasileira DeepMind AI também causou impacto ao criar um modelo de IA capaz de imitar a voz da saudosa cantora Elis Regina. A tecnologia foi utilizada para recriar uma nova versão da música “Como Nossos Pais”, em homenagem ao centenário de nascimento da artista.
A decisão de Madonna não apenas destaca a crescente conscientização dos artistas sobre o uso de sua imagem após a morte, mas também suscita questionamentos sobre os limites éticos da IA. A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para preservar memórias e criar experiências artísticas únicas, mas também levanta preocupações sobre manipulação, engano e perda da noção de realidade.
Hoje (23), a Dedini Indústrias de Base também recentemente inovou ao reavivar a imagem de seu fundador Mário Dedini, em um vídeo com inteligência virtual que celebra os 103 anos de fundação da empresa.
Especialistas
Especialistas têm expressado opiniões divergentes sobre esse assunto complexo. Ricardo Cappi, especialista em marketing e comunicação, observa que a decisão de Madonna reflete o aumento da conscientização dos artistas sobre o poder da IA e suas implicações. Mariana Silva, pesquisadora de ética em IA, destaca a importância de debater os limites do uso da tecnologia para garantir sua responsabilidade. Luiz Felipe Pondé, filósofo, alerta para o reflexo cultural contemporâneo, onde a sociedade está cada vez mais obcecada por celebridades e a IA pode ampliar essa obsessão.
O caso de Madonna é apenas uma amostra do debate mais amplo sobre o uso da inteligência artificial para recriar figuras públicas após sua morte. À medida que a tecnologia avança, é essencial que a sociedade, os especialistas e os artistas continuem a explorar essas questões éticas e tecnológicas para encontrar um equilíbrio entre inovação e responsabilidade.