O Brasil aumentou a presença militar na fronteira com a Venezuela e as Guianas nas últimas horas e está enviando 20 blindados para a capital de Roraima, Boa Vista. O país se posiciona contra qualquer tipo de conflito e já teria comunicado ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que não quer guerra na América do Sul.
A tensão na região se deve à disputa histórica entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo, que representa 74% da superfície da Guiana e é rico em recursos naturais, como ouro, diamantes e petróleo. Em 3 de dezembro, Maduro convocou um referendo não vinculante para consultar a população venezuelana sobre a anexação da área, que teve 95% de aprovação. A Guiana, por sua vez, rejeita a pretensão venezuelana e pede que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) defina a fronteira com base no Laudo Arbitral de Paris de 1899, que favoreceu os britânicos, então colonizadores da Guiana. A Venezuela contesta esse laudo e se baseia no Acordo de Genebra de 1966, que previa uma solução negociada entre as partes.
Sem ligação por terra com a área que pretende anexar, a Venezuela teria que usar uma estrada de terra que passa pelo Brasil para chegar ao Essequibo. O Brasil já avisou aos dois países que não aceitará tropas internacionais em seu território e se prepara para um possível conflito. Os blindados estão se deslocando dos estados do sudeste e devem chegar em até um mês.
A região em disputa ganhou mais relevância em 2015, quando uma imensa bacia de petróleo foi descoberta na costa da Guiana, podendo ser uma das maiores do mundo. A Guiana já está explorando o recurso em parceria com empresas como a ExxonMobil e a CNOOC, o que despertou o interesse da Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica e social.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou que está buscando ajuda internacional para uma possível guerra. Já Maduro, nesta terça-feira (5), mandou um recado aos Estados Unidos, ordenando que ele se mantenha fora dessa disputa.
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