Os sinais de uma “nova China”: EUA foi obrigado a estender tapete vermelho para receber Xi Jinping em novembro





Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu o presidente da China, Xi Jinping, em São Francisco, na Califórnia, entre os dias 14 e 17 de novembro, em um encontro que marcou a primeira reunião presencial entre os líderes das duas maiores potências econômicas do mundo desde que Biden assumiu o cargo, em janeiro. A visita de Xi Jinping aos EUA ocorreu em meio a tensões crescentes entre os dois países em diversas áreas, como comércio, tecnologia, direitos humanos, segurança e clima.





O objetivo do encontro foi buscar áreas de cooperação e reduzir os riscos de conflito entre as duas nações, que têm interesses divergentes e competem pela influência global. Segundo comunicados oficiais, os dois presidentes tiveram conversas francas e construtivas, e concordaram em manter o diálogo e a comunicação direta. Eles também anunciaram alguns acordos, como a retomada das negociações comerciais, a cooperação na luta contra a pandemia de Covid-19 e a mudança climática, e a criação de um grupo de trabalho para discutir as regras e normas do ciberespaço.

No entanto, o encontro não resolveu as diferenças fundamentais entre os dois países, que continuam disputando espaço e influência em diversas regiões do mundo, especialmente na Ásia-Pacífico e na América Latina. A China tem ampliado sua presença econômica e política na região, oferecendo créditos, investimentos e vacinas a vários países, em troca de apoio diplomático e acesso a recursos naturais e mercados.

Relações Internacionais

A Argentina e o Brasil são dois exemplos de países que têm relações complexas e ambíguas com a China, que é o maior parceiro comercial e investidor de ambos. Por um lado, os dois países dependem da China para sustentar suas economias, exportando produtos agrícolas e minerais, e importando bens industriais e tecnológicos. Por outro lado, os dois países enfrentam desafios e pressões da China, que impõe condições e exigências para conceder créditos e financiamentos, e que busca ampliar sua influência política e estratégica na região.

Um caso recente que ilustra essa situação é o projeto de um grupo de empresários chineses de construir um porto de águas profundas e uma cidade futurista na Paraíba, com um investimento previsto de R$ 9 trilhões. O projeto, que foi apresentado em dezembro, gerou polêmica e desconfiança, pois apresenta semelhanças com um projeto de um distrito futurista em Shenzhen, na China, e não tem o aval do governo chinês, nem do governo brasileiro. Além disso, o projeto levanta questões ambientais, sociais e de soberania, pois envolve uma grande área de território e de recursos naturais.

A Argentina

Outro caso que mostra as dificuldades das relações com a China é o da Argentina, que está à beira de um novo calote com o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois que a China bloqueou o acesso a uma linha de crédito de R$ 30 bilhões que o país usava para pagar as parcelas da dívida. A medida foi tomada após a Argentina se aproximar dos Estados Unidos e da União Europeia, que são rivais comerciais da China. A Argentina deve ao FMI cerca de R$ 300 bilhões, referentes a um empréstimo de 2018, que foi o maior da história do Fundo. O país já atrasou dois pagamentos, em junho e julho, e tem mais um vencimento em setembro, de R$ 20 bilhões. Sem o apoio da China, a Argentina terá dificuldades para honrar seus compromissos e evitar um default.

Esses casos mostram que a China é um parceiro importante, mas também um desafio para a Argentina e o Brasil, que precisam equilibrar seus interesses econômicos e políticos, e buscar uma relação mais transparente e equitativa com o gigante asiático. Ao mesmo tempo, os dois países também precisam fortalecer seus laços com os Estados Unidos e outros parceiros estratégicos, para diversificar suas fontes de financiamento e investimento, e para defender seus valores e princípios democráticos.





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