Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio Santos, de 93 anos, está prestes a concluir mais uma etapa da transferência de seus bens para suas filhas e esposa. Nesta semana, o empresário assinará a venda de 50% da Jequiti Cosméticos para a CIMED, empresa de capital aberto que, em breve, revelará ao mercado financeiro os detalhes da transação. A informação foi revelada por Ricardo Feltrin, jornalista aposentado do UOL e Folha de São Paulo e mantém um canal no YouTube.
A decisão de Sílvio faz parte de um processo iniciado na pandemia e ganhou força no ano passado, quando o empresário comunicou ao presidente Lula (PT) a passagem da presidência do SBT e das outorgas e concessões dos canais da rede para sua filha Daniela Beyrute. Elas foram conquistadas no governo de João Figueiredo, na época da Ditadura Militar.
A estratégia de transferência de bens em vida é conhecida como “usufruto” e visa garantir a continuidade do controle familiar sobre suas empresas e evita brigas na divisão após a morte do ente, já que em vida tudo já foi dividido. Enquanto estiver vivo, Sílvio segue dono de tudo, mas tudo já está dividido entre os herdeiros.
Fortuna em queda
Estima-se que a fortuna de Senor Abravanel hoje esteja em torno de R$ 1,6 bilhão, valor reduzido em R$ 1,2 bilhão desde a crise do banco Panamericano. O banco foi vendido para o BTG Pactual por R$ 450 milhões após a descoberta de um rombo de mais de R$ 2,5 bilhões e que tinha risco de quebrar a economia brasileira. Durante essa crise, a gestão do Grupo Sílvio Santos foi transferida para sua filha Renata Abravanel, que permanece como presidente até hoje. Foi ela quem assinou os documentos da venda.
Além da Jequiti, Sílvio já se desfez de outras operações ao longo dos anos. Na época do rombo fiscal, ele vendeu as lojas do Baú da Felicidade para a Magazine Luíza, embora a marca Baú da Felicidade continue sob propriedade da família Abravanel. Nos últimos dias, Sílvio também vendeu o terreno no bairro do Bixiga desistindo de uma briga de 30 anos para construir um condomínio no local. A Prefeitura de São Paulo aceitou pagar R$ 65 milhões, 16 a menos que o pedido por Sílvio e foi aceito.
A venda parcial da Jequiti à CIMED marca a conclusão de um ciclo importante na trajetória empresarial de Sílvio Santos, reforçando a gestão familiar e preparando o grupo para o futuro.