No primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Piracicaba, transmitido pela Band Mais Campinas, a “privatização” parcial do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) foi um dos temas centrais das discussões. Luciano Almeida (PP), atual prefeito e candidato à reeleição, ao responder a Helinho Zanatta (PSD) sobre os problemas de água, revelou que já deu início ao processo de revisão do contrato firmado com a Águas do Mirante durante os primeiros anos do mandato de Barjas Negri (PSDB), ex-prefeito e também candidato nesta eleição. Barjas, ao tentar defender seu histórico, enfrentou críticas ainda mais duras, especialmente de Paulo Campos, que afirmou que, se eleito, também revisará o contrato e poderá até suspendê-lo. Paulo Campos destacou as críticas da população e atribuiu os problemas ao sucateamento da estatal.
O serviço de saneamento básico em Piracicaba, que inclui a captação, tratamento e distribuição de água, além da coleta e tratamento de esgoto, é parcialmente privatizado. No entanto, apenas a gestão do esgoto, que é a parte mais cara, foi cedida à iniciativa privada. Essa concessão tem sido alvo de críticas por sua eficácia e pelos custos elevados que são repassados à população. Luciano disse estimar que a Águas do Mirante está devendo R$ 700 milhões ao Semae, o que tiraria a estatal da grave crise, bem como seus clientes que estão sofrendo com os diversos problemas nos serviços por ela fornecidos, como o de bombeamento de água.
Piracicaba, uma das primeiras cidades a implementar a canalização e distribuição de água, atualmente enfrenta desafios significativos devido à sua infraestrutura antiga. As tubulações exigem manutenção constante e a substituição de partes deterioradas, com estimativas apontando que cerca de 54% da água tratada e bombeada pelo Semae é perdida antes de chegar ao consumidor final. Esse dado alarmante indica uma ineficiência no sistema de distribuição que agrava ainda mais a situação.
Apesar dessas perdas significativas, a cobrança pelo serviço de esgoto, administrado pela concessionária privada, é feita com base em 100% do volume de água tratada, independentemente de quanto dessa água chega às residências ou é realmente utilizada. Essa metodologia de cobrança não considera os diferentes usos da água, nem a quantidade de esgoto efetivamente gerado, o que tem gerado insatisfação entre os consumidores.
Outros temas debatidos
Além da privatização do Semae, o debate abordou outros temas importantes. Alex Madureira (PL) questionou processos arquivados envolvendo Helinho Zanatta (PSD), destacando a disputa acirrada entre os dois candidatos de direita. No final do debate, Barjas e Luciano Almeida trocaram farpas sobre a gestão das vagas em escolas e creches. Bebel (PT) se destacou no início do debate, respondendo sobre questões ambientais relacionadas ao Rio Piracicaba. Seus adversários, ao comentar sobre o crime ambiental no rio, alegaram que o problema era de responsabilidade federal, mas Bebel rebateu, defendendo uma ação municipal mais proativa.
A segurança pública foi outro tema parcialmente debatido, assim como a transformação econômica de Piracicaba, que caminha lentamente para se consolidar como metrópole. Luciano Almeida destacou, em resposta a uma pergunta, o crescimento na geração de empregos na cidade durante sua gestão.
No terceiro bloco, o debate esquentou, com temas diversificados sendo discutidos por todos os candidatos.
Recomendações para o público
Dada a importância dos temas debatidos, orientamos os leitores a assistir ao debate completo para uma compreensão mais profunda das propostas e posições de cada candidato.