Um homem que morreu após provocar uma explosão na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite desta quarta-feira (13), havia anunciado em suas redes sociais a intenção de cometer “algo grande” até o dia 16 de novembro. Ele teria, inclusive, compartilhado mensagens em grupos de WhatsApp pedindo que os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva se afastassem da vida pública para acabar com a polarização política no Brasil.
Identificado como Francisco Wanderley Luiz, o homem era filiado ao Partido Liberal (PL) e concorreu ao cargo de vereador em Rio do Sul (SC) nas eleições de 2020. A Polícia Federal está conduzindo investigações para determinar se o crime pode ser classificado como um ato de terrorismo, considerando o contexto das mensagens ameaçadoras e o teor político de suas publicações.
Explosão e primeiros detalhes sobre as bombas
Segundo as primeiras suspeitas das autoridades, as bombas que Francisco utilizou eram caseiras, compostas por pólvora extraída de fogos de artifício. O artefato foi detonado nas proximidades do Anexo IV da Câmara dos Deputados, causando pânico na área. A explosão foi de grande intensidade, e testemunhas relataram que viram uma pessoa arremessando um objeto em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) pouco antes da detonação.
A Polícia Federal agora trabalha para entender se o homem agiu sozinho e se tinha intenções mais amplas ou ligações com outras pessoas ou grupos. A área foi isolada, e a equipe de perícia recolheu amostras e vestígios para análise.
Motivações e repercussão
Francisco Wanderley Luiz deixou claro em suas mensagens nas redes sociais que estava descontente com a polarização política e a situação do país. Em postagens, ele chegou a desafiar figuras públicas e a anunciar que sua “ação” aconteceria em breve, indicando um possível planejamento premeditado para o ataque. Seu perfil e declarações nas redes sociais têm levantado preocupações sobre motivações políticas extremas e a radicalização nas plataformas digitais.
A explosão na Praça dos Três Poderes chama atenção para o crescimento de ameaças e ações violentas ligadas à polarização política. O episódio também reacende discussões sobre a segurança nas áreas centrais do poder federal e sobre a necessidade de estratégias de prevenção para evitar novos atentados em locais de grande importância simbólica e institucional.
Próximos passos na investigação
A Polícia Federal deve, nas próximas horas, divulgar um relatório preliminar com mais detalhes sobre o perfil de Francisco e os elementos encontrados no local. O órgão está focado em descobrir se ele contava com apoio logístico ou se estava em contato com outras pessoas para a realização do ataque. Especialistas em segurança pública ressaltam a importância de monitorar e conter a disseminação de discursos de ódio e ameaças nas redes sociais para prevenir situações semelhantes no futuro.