
Faleceu no fim da tarde de ontem (11), aos 93 anos, na cidade de Charqueada (SP), na Região Metropolitana de Piracicaba, o sanfoneiro Paulino Fernandes da Silva, carinhosamente conhecido como Zé Risonho — um homem que viveu e respirou arte ao longo de toda a sua vida.
O apelido artístico foi dado pelo próprio Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, durante encontros na cidade de São Paulo. Com sua inseparável sanfona, Zé Risonho animou festas e shows em diversos municípios do país, marcando a vida de muitos casais e deixando sua presença registrada em palcos e corações.
Na música, teve destaque com programas de rádio e, em 1975, gravou um compacto com quatro músicas ao lado da irmã, Maria Fulô. Sua trajetória também passou pelo cinema, participando de filmes consagrados como O Homem que Virou Suco e O Capanga, além de obras do cineasta Cidão, morador do bairro Santa Rosa, como o longa O Fotógrafo Azarado. Zé Risonho também brilhou nos picadeiros circenses, tanto com suas apresentações musicais quanto como palhaço.
Piracicabano de coração, escolheu a cidade que o acolheu de braços abertos como sua morada. Nos últimos anos, teve seu talento reconhecido por bandas locais, como Malucos do Espaço e Cambalache, que o convidaram para se apresentar. Sua última apresentação aconteceu em 16 de março deste ano, na praça central de Mombuca (SP), onde emocionou o público cantando Raul Seixas e Luiz Gonzaga.
Sua trajetória está sendo eternizada no documentário Entre Risos e Memórias: a vida de Zé Risonho, atualmente em fase de finalização, com recursos da Lei Paulo Gustavo conquistados pelo município de Charqueada. Além disso, o cineasta Chico Galvão prepara o lançamento do documentário Zé Risonho – Um Retrato da Cultura Brasileira.
O velório acontece hoje (12) no Cemitério da Saudade, até as 17h. Na sexta-feira (13), haverá uma cerimônia com homenagens de artistas do Espaço Cultural Malucos Beleza, no Cemitério da Ressurreição, a partir das 11h. O sepultamento está marcado para as 14h.
Neste momento, Zé Risonho certamente está sorrindo ao lado de seus grandes ídolos — com a mesma alegria que compartilhou ao longo de sua vida.