A morte da turista brasileira Juliana Alves, em um vulcão na Indonésia, acendeu uma discussão importante sobre o papel da estrutura pública de resgate e atendimento emergencial oferecida pelo Brasil. Juliana, que ficou quatro dias viva após cair em uma cratera vulcânica durante um passeio turístico, não recebeu socorro adequado do governo indonésio. A tragédia ocorreu em uma das regiões consideradas atrativas para turismo ecológico no país asiático, mas evidenciou o despreparo das autoridades locais em situações de emergência.
No Brasil, o caso causou comoção e até indignação. Internautas, especialistas e autoridades compararam a situação à estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e aos serviços de resgate, como Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, que atuam de maneira integrada mesmo diante de desastres de grande porte em um território cinco vezes maior que a Indonésia.
Estrutura brasileira é referência em resposta emergencial
Apesar das deficiências estruturais e de financiamento em várias áreas da saúde, o Brasil possui uma das redes públicas de emergência mais eficazes entre países em desenvolvimento. Episódios recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul e em outras regiões do país, evidenciam a capacidade de mobilização rápida das forças estaduais e federais de resgate.
Em um território continental, o Brasil conta com o apoio logístico de aeronaves, embarcações, helicópteros, ambulâncias e um contingente treinado de bombeiros e socorristas que atuam com agilidade mesmo nas áreas mais remotas.
“A diferença gritante é que no Brasil, apesar das dificuldades, há um protocolo. O Corpo de Bombeiros é acionado, há integração com a Defesa Civil, e os helicópteros estão disponíveis. A Indonésia não conseguiu mobilizar nada em quatro dias para resgatar uma brasileira viva dentro de um vulcão”, comentou um especialista em segurança civil nas redes sociais.
Juliana foi ouvida por turistas chineses
Relatos de turistas que estavam na mesma região indicam que Juliana pediu ajuda diversas vezes. Um grupo de chineses teria utilizado um drone para tentar identificar a localização exata dela após escutar seus gritos por socorro. No entanto, o resgate não aconteceu a tempo, e a brasileira não resistiu.
O caso gerou indignação nas redes sociais, com críticas direcionadas à estrutura indonésia de turismo e emergências. “Se fosse no Brasil, por mais precária que fosse a área, teríamos um helicóptero, uma equipe especializada e um plano de resgate em andamento no primeiro dia”, afirmou um internauta.
Turismo e segurança: um alerta internacional
O episódio também lança um alerta para brasileiros que pretendem fazer viagens a locais de turismo ecológico em outros países. Sem o mesmo suporte que se encontra em terras brasileiras, visitantes estão mais expostos a riscos, principalmente em regiões de difícil acesso.
O Itamaraty prestou assistência à família de Juliana e acompanha as investigações. Até o momento, não há previsão de retorno do corpo da turista ao Brasil, e a família ainda espera um posicionamento das autoridades indonésias sobre os procedimentos adotados durante os quatro dias em que Juliana permaneceu viva.
Um sistema que salva vidas
A comoção em torno da tragédia de Juliana é também um reconhecimento silencioso do papel crucial que o SUS, o Corpo de Bombeiros, o SAMU e a Defesa Civil exercem no cotidiano do Brasil. Mesmo com as constantes críticas e os desafios financeiros, o sistema público brasileiro de socorro funciona.
A pandemia da Covid-19 e os desastres naturais ocorridos nos últimos anos reforçaram a importância de um Estado presente e estruturado em situações de emergência. Juliana, infelizmente, não pôde contar com esse aparato fora de casa.