Um idoso de 78 anos, identificado por vizinhos apenas como “seu Pedro”, foi encontrado morto dentro de casa, na manhã desta segunda-feira (23), no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. A suspeita inicial da Polícia Civil do Paraná (PCPR) é de latrocínio – roubo seguido de morte.
Segundo relatos da vizinhança, horas antes de ser encontrado morto, seu Pedro teria recebido em casa um suposto vendedor de mel, prática comum em sua rotina. Ele era conhecido por adquirir produtos de ambulantes e, frequentemente, convidava os vendedores para tomar café em sua residência.
O corpo foi encontrado por uma mulher que trabalhava no local, preparando refeições para o idoso. A casa estava completamente revirada, e duas televisões teriam desaparecido, conforme informou a testemunha à polícia.
Vizinhos lamentam e relatam últimos momentos da vítima
Ivo Medeiros, amigo de longa data, contou em entrevista à RICtv que sua esposa presenciou a chegada de um carro vermelho na garagem da casa pouco antes do crime. “Minha esposa viu um carro vermelho parado entrando na garagem. Disse ‘Seu Pedro está comprando mais mel? Ele comprou esses dias’”, relatou. Esse teria sido o último registro visual do idoso com vida.
Ivo descreveu o amigo como uma pessoa tranquila e de hábitos simples: “A vida dele era ficar sentado na pracinha, fumando o ‘cigarrinho’ dele”.
Investigação em andamento
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. A principal linha de investigação é o latrocínio, dado o desaparecimento de bens da residência e os sinais de arrombamento. A perícia foi acionada para coletar provas no local, e imagens de câmeras da região estão sendo solicitadas para ajudar a identificar o suspeito ou suspeitos.
Um crime que choca pela simplicidade da vítima
Casos como o de seu Pedro reacendem o debate sobre a vulnerabilidade de idosos que vivem sozinhos, especialmente em bairros residenciais onde o contato com vizinhos ainda é comum, mas a segurança é precária.
A vizinhança está em choque. “Era uma pessoa que não fazia mal a ninguém. Ver isso acontecer aqui é muito triste. A gente não sabe mais em quem confiar”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar.