A Petrobras está avaliando um ingresso estratégico na Raízen, joint venture formada pela Cosan e pela Shell, como parte de sua retomada no mercado de etanol, segundo informações do jornal O Globo. A estatal estuda diferentes formatos, que vão desde a participação como sócia até a aquisição de ativos específicos, com uma decisão prevista ainda para 2025, de acordo com o InfoMoney.
Referência global no setor sucroenergético, a Raízen é a maior produtora de etanol de cana no mundo e a única a operar etanol de segunda geração em escala comercial, por meio de 29 usinas. Além disso, controla uma rede de mais de 8 mil postos Shell no Brasil, Argentina e Paraguai.
Apesar da relevância, o momento financeiro é desafiador: no primeiro trimestre da safra 2025/26, a companhia registrou prejuízo de R$ 1,8 bilhão, revertendo o lucro de R$ 1,1 bilhão obtido no mesmo período do ciclo anterior. Já a Cosan, sua principal acionista, enfrenta endividamento de R$ 17,5 bilhões e prejuízo de R$ 946 milhões no segundo trimestre.
Dentro da Petrobras, as discussões envolvem como avançar sem infringir a cláusula de não competição firmada com a Vibra (antiga BR Distribuidora), válida até 2029. Entre as alternativas em análise estão a segregação de ativos ou a criação de acordos específicos de governança.
Desde 2017, a estatal sinaliza interesse em retomar os biocombustíveis. Em novembro de 2024, já havia antecipado negociações com players como Raízen, BP e Inpasa, alinhadas ao seu plano estratégico de US$ 111 bilhões para o período de 2025 a 2029. Esse plano prevê aporte de US$ 2,2 bilhões em usinas de etanol, priorizando parcerias que possibilitem entrada rápida no mercado, em vez de recomeçar projetos do zero.
O movimento reforça uma nova fase de protagonismo da Petrobras na cadeia de biocombustíveis, com potencial de ampliar investimentos em tecnologias limpas e sustentáveis.






