A Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá, marca o fim da exclusividade da Globo após mais de duas décadas de domínio no Brasil. Pela primeira vez desde 2002, a emissora não exibirá todos os jogos: comprou apenas 52 partidas e abriu mão dos direitos de internet, que ficaram com a CazéTV. O SBT também voltará a transmitir jogos, completando um trio inédito no século XXI.
A última vez que um trio de veículos dividiu a Copa foi em 1998, na França, quando Globo, SBT e Rede Manchete compartilharam a transmissão. A Manchete, apesar da grave crise financeira, foi lembrada por sua cobertura ousada e estética diferenciada, mas encerraria suas atividades poucos anos depois, em 1999.
Em 2026, a configuração se repete em novos moldes. Se no fim do século passado o trio era formado por emissoras de TV, hoje a novidade é a presença de uma plataforma digital: a CazéTV, comandada pelo streamer Casimiro Miguel, que terá todos os 104 jogos online no YouTube e Twitch.
O SBT, que transmitiu Copas em 1990, 1994 e 1998, retorna ao torneio depois de 28 anos, em parceria com a LiveMode. A Globo, que desde 2002 mantinha pacote exclusivo (TV aberta, TV paga, rádio e internet), abre mão da hegemonia, dividindo o torneio com concorrentes tradicionais e digitais.
Comunicação em transformação
O contraste entre os dois trios revela a transformação da mídia no Brasil. Nos anos 1990, a TV aberta era o único caminho para assistir à Copa. Hoje, plataformas digitais disputam a audiência com emissoras históricas.
Assim, a Copa de 2026 não será apenas um marco esportivo, mas também midiático: do trio Globo, SBT e Manchete ao trio Globo, SBT e CazéTV, conectando passado e presente em uma nova era da comunicação.






