Pouca gente lembra, mas por volta de 2020, um episódio curioso marcou a relação entre o Grupo Globo, o SBT e o futebol brasileiro. A emissora de Roberto Marinho, que detinha os direitos de transmissão dos jogos do Clube dos 13, surpreendeu ao ceder a partida entre Flamengo e Botafogo para o canal de Sílvio Santos, que exibiu o confronto ao vivo em rede nacional.
A iniciativa foi histórica: o clássico carioca foi mostrado no SBT, que até então não tinha autorização contratual.
O episódio gerou uma quebra de contrato do Flamengo e do Clube dos 13, com a Globo, já que o acordo previa que os times não podiam entrar em campo em caso da partida estar ao vivo em outro local fora dos canais Globo.
O caso acabou se tornando um marco gerador de quebras de contratos e negociações diretas de clubes com emissoras de televisão. Para a surpresa da Globo, o SBT entrou na disputa imediatamente dos clubes. O Flamengo processou a Globo, mas perdeu, já que sabia que não poderia entrar em campo se sabia que a partida não estava no ar pela Globo e, principalmente, estava ao vivo em outro canal.
Desde então, o setor de transmissões esportivas vive uma reviravolta e “bagunça” desorganizada. Também sem acordo, a Globo rompeu com a “Formula 1”, que passou quatro anos na Band e voltou para a Globo mais barata e com drástica redução de exibição de corridas. Enquanto a Band propôs renovação e transmitir 100% das corridas em rede de televisão aberta, a Globo propôs um pacote muito menor e por um valor mais barato. A detentora dos direitos analisa que é melhor estar na Globo, com a cobertura da Globo, que estar na Band, tendo 100% das corridas transmitidas. Com isso, acredita que terá mais retorno com os patrocinadores, que vão aparecer na Globo (e não na Band), e demais ações de comercialização diretas e indiretas.
Inclusive, a aceitação da proposta da Globo para compra da Copa do Mundo de 2026 ainda em 2024, por pacote pequeno e valor oferecido baixo, surpreendeu o mercado de comunicação, mas manteve aberta a porta da “parceria” na transmissão de televisão aberta e todo conteúdo em internet. O conteúdo de internet foi arrematado pela antiga Esporte Interativo, hoje operando com o nome de “CazéTV”, do jornalista Casimiro, que é um hoster da empresa. Essa aquisição ocorreu antes da Globo, às pressas, decidir criar e estrear a “GETV”.
Nesta quarta-feira (10), o SBT teve a proposta aprovada para dividir com a Globo, os jogos da Copa do Mundo, e contratou a empresa NSports, de Galvão Bueno, para cuidar das transmissões e a narração dos jogos, pelo próprio dono, que teve a “aposentadoria”, “forçada”, pelo comando do Grupo Globo. Movimento que tirou Jô Soares do ar e tem tentado também os apresentadores Serginho Groisman e Ana Maria Braga.






