As ações da Cosan (CSAN3) acumulam uma desvalorização de 48% nos últimos 12 meses, chegando a ser negociadas a R$ 6,34 nesta segunda-feira (23). No início de outubro do ano passado, cada papel valia mais de R$ 13, o que representa uma queda brutal. O grupo também é dono de outro grupo, o da Raízen.
Com o valor de mercado reduzido para cerca de R$ 11,8 bilhões, a empresa — um dos maiores conglomerados do setor de energia, combustíveis e logística — pode se tornar alvo de grandes investidores. Um deles é o Grupo Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco, o Itaú Card e que já tem participações estratégicas em setores como energia e infraestrutura.
💰 A emissão de R$ 10 bilhões em ações
No domingo, a Cosan anunciou a emissão de R$ 10 bilhões em novas ações, em uma movimentação para reforçar o caixa e reduzir o endividamento. Parte desses papéis foi adquirida pelo empresário Rubens Ometto, controlador da companhia, além do fundo de investimento Kuwait Investment Authority (KIA) e do banco BTG Pactual, conhecido por apostar em empresas em dificuldades financeiras para reestruturar e valorizar.
Com a operação, a Cosan conseguiu pagar cerca de 50% de sua dívida, alongar prazos e reduzir os juros, tornando o passivo mais seguro e administrável.
📊 Reação do mercado
Apesar da estratégia, os papéis da Cosan despencaram no pregão da última segunda-feira, refletindo a diluição dos acionistas antigos. Ainda assim, parte das perdas foi revertida no fechamento do dia.
O movimento também mostrou que Rubens Ometto não está vendendo participação. Pelo contrário: ele reforçou sua posição ao recomprar ações no mercado para estabilizar a cotação e conter a volatilidade.
👀 Itaúsa de olho
Com o preço das ações em baixa e o endividamento reduzido, a Cosan se tornou um alvo atrativo para investidores estratégicos. A Itaúsa, que tem histórico de aquisições em empresas sólidas mas momentaneamente desvalorizadas, estaria avaliando aumentar sua exposição ao setor ao comprar parte da Cosan.
🔎 O que isso significa
Para a Cosan: entrada de um sócio de peso traria mais solidez e credibilidade no mercado.
Para a Itaúsa: é a chance de comprar barato uma empresa estruturada e com forte presença em energia, combustíveis e logística.
Para os acionistas minoritários: o negócio pode impulsionar uma recuperação de valor no longo prazo.






