A Paramount Global tentou comprar a Warner Bros. Discovery (WBD), dona dos estúdios Warner, HBO e do serviço de streaming Max, oferecendo US$ 20 por ação, o que equivaleria a cerca de US$ 49,6 bilhões — mais de R$ 250 bilhões. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela direção da Warner, que considerou o valor abaixo do real potencial da companhia.
O interesse da Paramount ocorre num momento de forte reestruturação do setor de mídia e entretenimento, marcado por fusões, cortes de custos e mudanças profundas nas estratégias das gigantes do streaming.
📉 Crise de saturação e insatisfação dos assinantes
A tentativa de compra acontece em meio a uma crise de confiança dos consumidores com as plataformas. Para assistir a filmes e séries diferentes, o público precisa manter diversas assinaturas simultâneas — Netflix, Disney+, Prime Video, Globoplay, Max, entre outras.
Além disso, as empresas aumentaram os preços e passaram a incluir anúncios até mesmo em planos pagos. Essa combinação fez crescer a insatisfação do público e reacendeu a busca por sites piratas de downloads, que, segundo usuários, “têm menos anúncios” e concentram mais títulos num só lugar.
🤝 O movimento da Paramount
A Paramount, dona do Paramount+ e da MTV, tenta se reposicionar após resultados financeiros abaixo do esperado. A aquisição da Warner permitiria unir dois grandes catálogos — “Missão: Impossível”, “Top Gun”, “Batman” e “Harry Potter” — criando uma superplataforma de conteúdo.
Mas, segundo informações da Reuters, a Warner não pretende vender por enquanto. Executivos da companhia consideram que a empresa ainda tem ativos valiosos, como os direitos esportivos da NBA e o crescimento internacional do Max, que recentemente passou a operar em novos mercados, incluindo o Brasil.
👀 E a Netflix?
Há rumores de que a Netflix acompanha a movimentação e poderia apresentar uma oferta alternativa, mas até o momento não há proposta formal. O co-CEO Greg Peters chegou a afirmar que a empresa “prefere crescer criando do que comprando”, o que indica uma postura mais cautelosa diante de grandes aquisições.
🔄 Acordos de “janelas” e troca de conteúdo
Enquanto isso, as plataformas buscam maneiras de manter assinantes sem precisar gastar bilhões em aquisições. Recentemente, Netflix, Max e Prime Video firmaram acordos de “janelas”, permitindo que filmes e séries circulem temporariamente entre os serviços.
Essas parcerias são uma tentativa de reduzir o cancelamento em massa — fenômeno conhecido como churn — e oferecer ao público mais opções sem exigir novas assinaturas.
💬 O que muda para o consumidor
Se a fusão da Paramount com a Warner um dia sair do papel, o impacto será direto no catálogo e nas assinaturas. Séries e filmes poderão migrar de plataforma, exclusividades podem acabar e o mercado pode caminhar para uma concentração ainda maior de conteúdo em menos mãos.
Para os assinantes, o desafio segue sendo o mesmo: pagar caro por menos conteúdo — e ainda com anúncios.






