Após um mês da detecção dos primeiros casos de intoxicação por metanol em bebidas, autoridades de saúde e segurança intensificaram ações para conter a crise. A resposta rápida incluiu a otimização de testes para identificar casos suspeitos e a organização de hospitais de referência, inclusive em estados sem registros confirmados de contaminação. Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) lideraram a detecção, enquanto vigilância sanitária e polícia focaram em locais de venda e consumo.
Investigações apontam para a falsificação de bebidas como a causa principal da contaminação. A utilização de álcool combustível adulterado, contendo metanol, na produção de bebidas falsificadas expôs consumidores a riscos graves.
Os primeiros casos, identificados pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) após um alerta do Ciatox de Campinas (SP), evoluíram em 20 dias para a identificação de postos de combustíveis no ABC paulista como fornecedores do álcool adulterado. Esse período foi suficiente para registrar 58 casos de contaminação e 15 mortes, principalmente em São Paulo. A investigação busca confirmar se casos em outros estados, como Paraná e Pernambuco, também estão ligados à falsificação na região metropolitana de São Paulo.
O Ciatox já havia alertado sobre a ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas, de diferentes tipos, como causa provável dos casos. A resposta inicial foi lenta, mas ganhou força na semana seguinte, com a mobilização de vigilâncias sanitárias, procons e polícias nos estados.
Em 7 de outubro, o governo federal criou um comitê para coordenar as ações. Ações rápidas incluíram a distribuição de etanol farmacêutico para hospitais e a aquisição de um novo antídoto, o fomepizol. O Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que o metanol nas garrafas contaminadas foi adicionado artificialmente, com concentrações muito acima das encontradas em processos naturais de destilação. Um novo protocolo de identificação de bebidas adulteradas foi implementado, agilizando as análises.
A ação coordenada permitiu respostas mais rápidas e minimizou o impacto no comércio, que registrou queda de até 5% no consumo em setembro, segundo a Abrasel. Em 17 de outubro, a Polícia Civil localizou os postos de combustível que vendiam o álcool com metanol.
Universidades contribuíram com soluções rápidas, como o “nariz eletrônico” desenvolvido na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), capaz de detectar metanol em bebidas alcoólicas com uma única gota.
O último boletim, divulgado, confirmava 58 casos de intoxicação e 15 mortes, com diversos casos ainda sob investigação. A crise impulsionou debates no poder legislativo.






