Criada há 14 anos, com matriz no bairro Santa Rosa, em Piracicaba, a Raízen — joint venture entre a Cosan e a Shell — experimentou um crescimento acelerado. A empresa, que se consolidou no setor de combustíveis, expandiu rapidamente para novos mercados, como o de gás natural, com a aquisição da Comgás, e o setor ferroviário, com a Rumo Logística. Mais recentemente, a Raízen entrou no mercado de varejo, trazendo ao Brasil, em parceria com a Femsa Coca-Cola, a rede mexicana de conveniência Oxxo.
A estratégia de diversificação da Raízen, que teoricamente seguia a regra básica de investimento de não concentrar capital, foi executada com a contratação de diversos empréstimos. Esses financiamentos foram feitos tanto no Brasil, em real, quanto no exterior, em dólar. Um ponto crucial é que parte significativa desses empréstimos estava atrelada à taxa de juros do país, o que significava que, se a taxa subisse, a dívida automaticamente cresceria.
A chegada da pandemia de Covid-19 em 2020 trouxe um cenário econômico desafiador. O dólar disparou, e as taxas de juros no Brasil também subiram drasticamente. Essa combinação de fatores fez com que a dívida da Raízen se tornasse incontrolável, impactando diretamente a saúde financeira da empresa e gerando preocupações no mercado financeiro, como a recente queda de suas ações na B3.
Recentemente, a Raízen passou a vender usinas, parte desativada desde a compra, no Brasil. Também colocou a venda toda a estrutura na Argentina. Sim, a Raízen virou uma multinacional brasileira.
Esse resumo mostra, de forma rápida e clara, como a Raízen subiu rápido, e entrou nessa crise nos últimos meses. A crise atual não tem nada haver com política, mas com um crescimento brusco por empréstimos financeiros, agravada pela pandemia.






