O Acordo de Paris, principal tratado internacional para enfrentar a crise climática, completa dez anos nesta sexta-feira (12) desde sua adoção na COP21 em 2015. Apesar de ser um marco histórico, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o mundo ainda está distante da meta de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius (ºC), ponto crítico para evitar impactos severos. Para que o objetivo seja alcançado, as emissões globais precisam cair 43% até 2030, conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Países são pressionados a reforçar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e acelerar a transição para economias de baixo carbono.
Contexto atual e desafios
O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza que o Acordo de Paris está funcionando, mas a ação climática precisa ser mais rápida. Ele destaca que, graças ao acordo, a trajetória global de aquecimento está mais próxima de 2,5 ºC, melhor que o cenário inicial de 4 ºC, mas ainda acima da meta de 1,5 ºC. Guterres apela por um plano de aceleração que preencha a lacuna entre ambição, adaptação e financiamento. Em notícias recentes, ele mencionou a união dos países na COP30, em Belém, no reconhecimento da importância de limitar o aquecimento global.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, ressaltou que o tratado foi decisivo para “destravar” a ação climática em um momento crítico. Ele reiterou que, apesar dos avanços, muito ainda precisa ser feito para evitar ultrapassar 1,5 ºC. Christiana Figueres, ex-secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em 2015, expressa pessimismo quanto ao alcance das metas. Ela defende que, mesmo sendo tarde demais para “resolver” a mudança climática, é possível mitigar os piores impactos, acelerando a redução de emissões e a regeneração de ecossistemas. Ações em Piracicaba e outras cidades brasileiras são essenciais para o cumprimento das metas nacionais.
O que é o Acordo de Paris?
Adotado por 195 Estados Partes e em vigor desde 2016, o Acordo de Paris estabeleceu um compromisso global vinculativo para conter o avanço da crise climática. Ele opera em ciclos de cinco anos, nos quais cada país apresenta ou atualiza seus planos climáticos, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Além da redução de emissões, esses documentos detalham estratégias de adaptação e diretrizes de longo prazo para guiar economias rumo à neutralidade de carbono. A cooperação internacional é um pilar central, especialmente para apoiar países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis aos impactos climáticos e historicamente menos responsáveis pelas emissões. O acordo reconhece a responsabilidade dos países desenvolvidos em liderar o financiamento climático, a transferência de tecnologia e a capacitação. O Quadro de Transparência Reforçado, em vigor desde 2024, obriga as partes a reportarem ações, avanços e apoios, alimentando o balanço global que avalia o progresso coletivo.
Perguntas frequentes (FAQ)
Qual é o objetivo principal do Acordo de Paris?
O principal objetivo é limitar o aquecimento global bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, buscando esforços para limitar o aumento a 1,5 °C. Ele também visa aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das mudanças climáticas e tornar os fluxos financeiros consistentes com um caminho de baixas emissões de gases de efeito estufa.
O mundo está cumprindo as metas do Acordo de Paris?
Não, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertam que o mundo ainda está distante da meta de 1,5 °C. Embora tenha havido progressos para evitar um aquecimento de 4 °C, a trajetória atual de 2,5 °C ainda é preocupante e exige ações mais rápidas e ambiciosas.
O que são as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)?
As NDCs são os planos climáticos que cada país signatário do Acordo de Paris apresenta para reduzir suas emissões e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. Elas são atualizadas a cada cinco anos e detalham as metas e estratégias nacionais para contribuir com o objetivo global de limitar o aquecimento do planeta.






