Haroldo Costa, jornalista e ícone do carnaval, morre aos 95 anos no Rio de Janeiro
O jornalista, multiartista e pesquisador Haroldo Costa morreu no último sábado (13), aos 95 anos, no Rio de Janeiro. A família confirmou o falecimento em suas redes sociais, marcando a perda de uma figura central para a cultura afro-brasileira, o carnaval e a comunicação no país.
Legado no jornalismo e na cultura
Haroldo Costa foi ex-funcionário da Rádio MEC e teve passagens pela antiga TVE, atual TV Brasil, veículos públicos administrados pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde desenvolveu diversos projetos. Conhecido por sua versatilidade, atuou como ator, compositor, produtor e diretor de rádio e televisão, mas ganhou maior reconhecimento como comentarista dos desfiles das escolas de samba.
Mais recentemente, integrava o corpo de jurados da premiação Estandarte de Ouro, do Jornal O Globo. Antes, fez parte do corpo de jurados da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), sendo um dos pesquisadores que mais valorizavam a cultura afro-brasileira no carnaval. Escolas como Salgueiro, da qual era torcedor, e Estação Primeira de Mangueira, manifestaram luto, destacando Haroldo como uma “figura única”.
Trajetória artística e intelectual
A trajetória de Haroldo Costa começou no Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias do Nascimento. Ele integrou o grupo que realizou a turnê Brasiliana, divulgando a cultura popular brasileira por 25 países da Europa e da América durante cinco anos. Essa experiência foi um dos pontos altos da mostra “Haroldo Costa – Samba & Outras Coisas”, feita em sua homenagem pelo Sesi em 2011. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também prestou homenagem, ressaltando a trajetória “fundamental” do comunicador negro.
Como ator, Haroldo protagonizou “Orfeu da Conceição”, peça de Vinicius de Moraes que marcou a parceria com Antonio Carlos Jobim. Ele foi o primeiro ator negro a pisar no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em um espetáculo com cenários de Oscar Niemeyer.
A partir dos anos 60, assumiu microfones e a direção de programas em rádios como MEC e Mayrink Veiga, e na TV. Na Rádio MEC, produziu e apresentou programas como “Balcão Nobre”, “Estampas Brasileiras” e “Mosaico Pan-americano”. Como historiador, é autor de quinze livros, incluindo “Salgueiro: Academia do Samba” (1984) e “Salgueiro: 50 anos de Glória” (2003), além de “Fala, crioulo – O que é ser negro no Brasil”.
Homenagens e reconhecimento
Intelectuais, artistas e políticos lamentaram o falecimento de Haroldo Costa. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) o descreveu como referência absoluta do samba, do carnaval e da intelectualidade negra. Rubem Confete, jornalista e radialista, destacou-o como um “grande pensador e pesquisador”. A historiadora Lilia Schwarcz o considerou uma figura central na intelectualidade negra e brasileira.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que Haroldo dedicou a vida ao samba e ao carnaval com dignidade e profundo amor. O governador Cláudio Castro o chamou de mestre, essencial para compreender a grandiosidade dos desfiles e a identidade do povo carioca. Para acompanhar os desdobramentos de eventos culturais e outras últimas notícias de Piracicaba e região, continue acessando o PIRANOT.
A família ainda não informou sobre velório ou sepultamento do artista que marcou a história do Rio de Janeiro e do Brasil.
Perguntas frequentes (FAQ)
1. Quem foi Haroldo Costa?
Haroldo Costa foi um jornalista, multiartista, pesquisador, ator, compositor, produtor e diretor de rádio e televisão, conhecido principalmente por seu trabalho como comentarista e jurado de desfiles de escolas de samba, além de pesquisador da cultura afro-brasileira e autor de diversos livros.
2. Qual foi a principal contribuição de Haroldo Costa para a cultura brasileira?
Sua principal contribuição foi a valorização da cultura afro-brasileira e do carnaval, tanto em suas análises e comentários quanto em suas obras literárias e em sua atuação no Teatro Experimental do Negro. Ele também foi um divulgador da cultura brasileira em turnês internacionais e um pioneiro como ator negro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
3. Qual a causa da morte e há informações sobre o funeral?
Haroldo Costa faleceu aos 95 anos, no Rio de Janeiro, mas a família não divulgou a causa específica do falecimento. Até o momento, não há informações sobre velório ou sepultamento.






