Acusado de estupro e investigado por posse de imagens de abuso sexual infantil, o vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), pode perder o mandato após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) ingressar com uma ação judicial. O parlamentar de Piracicaba está preso desde outubro, depois de ser denunciado por mulheres por crimes sexuais.
Na Ação de Improbidade Administrativa, ajuizada em 09 de dezembro e divulgada nesta segunda-feira (15) pelo promotor de Justiça Luciano Gomes de Queiroz Coutinho, o MPSP sustenta que a investigação policial indicou que o vereador se valia de sua imagem pública e do poder do cargo para atrair vítimas. Segundo a Promotoria, sob o pretexto de oferecer emprego e outras formas de ajuda, ele as submetia a situações de constrangimento e violência sexual.
O Ministério Público destaca ainda o conjunto de provas reunidas, que inclui depoimentos considerados coerentes das vítimas, relatórios com imagens de câmeras de segurança e o interrogatório do próprio vereador. Nesse depoimento, Cássio Fala Pira admitiu ter mantido relações sexuais com as vítimas e a realização de videochamadas com nudez. Para as autoridades, os elementos configuram abuso de poder e de vulnerabilidade, apesar de o político alegar que os atos teriam sido consensuais.
Com base no inquérito policial, o MPSP pede a condenação do vereador por atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública, além da perda do mandato e da suspensão de seus direitos políticos pelo período de cinco anos.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Piracicaba também requer a aplicação de multa correspondente a 24 vezes a remuneração recebida no cargo de vereador, bem como a proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos.
A ação já foi recebida pelo Poder Judiciário e o processo aguarda, neste momento, a citação do vereador para que apresente sua defesa.






