O estado de São Paulo vive um momento de crescente alerta diante dos temporais severos que atingem a região desde outubro. A confirmação da oitava morte relacionada às chuvas e inundações, divulgada pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil, amplia o balanço trágico e reforça a urgência de ações preventivas e de adaptação. A vítima mais recente é um homem de Guarulhos, na Grande São Paulo, cujo corpo foi encontrado no Rio Tietê, marcando a terceira fatalidade associada diretamente à forte tempestade registrada na última terça-feira (16).
O caso evidencia a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente a eventos climáticos extremos e ressalta a necessidade de mobilização constante do poder público e da população para reduzir os impactos das chuvas no estado.
Guarulhos: enxurrada arrasta veículo e causa morte
A ocorrência em Guarulhos teve início quando o homem desapareceu após o carro que dirigia ser arrastado por uma enxurrada durante o temporal. As chuvas intensas transformaram ruas em verdadeiros rios, surpreendendo moradores e motoristas. O Corpo de Bombeiros foi acionado ainda na terça-feira (16) e localizou o veículo — uma Fiorino branca — na Rua do Armazém, porém sem o condutor em seu interior.
As buscas se estenderam por vários dias, dificultadas pela força da correnteza e pelas condições do local. O corpo foi localizado posteriormente no Rio Tietê, nas proximidades de uma ponte de acesso a uma rodovia, o que demonstra a potência da enxurrada que arrastou a vítima por uma longa distância.
Reconhecimento do corpo e luto da família
Na sexta-feira (19), familiares realizaram o reconhecimento do corpo, encerrando o período de incerteza, mas confirmando a perda irreparável. A identidade da vítima não foi divulgada, em respeito à família, assim como informações sobre velório e sepultamento. O episódio reforça o impacto humano das chuvas intensas, que em poucos minutos podem transformar áreas urbanas em cenários de alto risco.
Balanço no estado preocupa autoridades
Além do caso em Guarulhos, São Paulo acumula desde outubro um saldo preocupante de mortes, feridos e prejuízos materiais. Duas das vítimas fatais foram registradas em Ilhabela, no litoral norte, uma das regiões mais atingidas pelos temporais, onde alagamentos e deslizamentos são frequentes devido à topografia e à ocupação urbana.
Os efeitos das chuvas também incluem quedas de energia, danos à infraestrutura, interrupções no trânsito e até a paralisação temporária das atividades de uma montadora de veículos, evidenciando o impacto econômico e social dos eventos extremos.
Alertas e atuação da Defesa Civil
A Defesa Civil do Estado tem intensificado a emissão de alertas à população, especialmente desde a terça-feira (16), quando as chuvas ganharam maior intensidade. As equipes de resgate seguem em prontidão, realizando salvamentos, atendendo ocorrências de alagamentos e prestando assistência a desalojados e desabrigados. Prefeituras municipais também acionaram planos de contingência, com abertura de abrigos e apoio emergencial.
Apesar dos esforços, a frequência e a intensidade dos temporais têm colocado à prova a capacidade de resposta dos órgãos públicos, reforçando a necessidade de ações integradas e preventivas.
Mudanças climáticas e prevenção a longo prazo
A sequência de mortes e prejuízos provocados pelos temporais em São Paulo expõe os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela urbanização desordenada. Chuvas cada vez mais intensas e concentradas sobrecarregam os sistemas de drenagem e ampliam os riscos em áreas vulneráveis.
Especialistas apontam a urgência de investimentos em infraestrutura, como ampliação e manutenção de galerias pluviais, obras de drenagem e contenção, além de um planejamento urbano mais rigoroso, com restrição à ocupação de áreas de risco. A conscientização da população e o respeito aos alertas oficiais também são fundamentais.
Diante de um cenário climático cada vez mais imprevisível, a adaptação e a resiliência se tornam essenciais para proteger vidas e reduzir danos no estado de São Paulo.






