O verão no Hemisfério Sul tem início neste domingo, 21 de dezembro, e deve trazer um panorama climático marcado por contrastes em todo o Brasil. As projeções indicam um período de desafios, com volumes expressivos de chuva em algumas regiões e precipitações abaixo do esperado em outras. Norte e Sul do país despontam como as áreas com maior probabilidade de registrar chuvas acima da média histórica, enquanto o calor deve se espalhar por praticamente todo o território nacional, com temperaturas superiores aos padrões climatológicos.
Esse cenário exige atenção redobrada de setores estratégicos, como agricultura, infraestrutura, saúde pública e planejamento urbano, já que o verão de 2025/2026 combina riscos associados a eventos extremos e oportunidades ligadas ao regime hídrico em determinadas regiões.
Norte: mais chuva e calor persistente
Na Região Norte, a expectativa é de um verão caracterizado por alta umidade e temperaturas elevadas. A maioria dos estados deve registrar volumes de chuva acima da média climatológica, acompanhados de calor intenso. Amazonas, centro-sul do Pará, Acre e Rondônia podem apresentar elevação da temperatura média do ar em torno de 0,5°C ou mais acima do padrão histórico.
Apesar da tendência predominante de chuvas abundantes, o cenário não é homogêneo. O sudeste do Pará e o estado do Tocantins podem enfrentar precipitações abaixo da média, enquanto Amapá, Roraima e o norte do Pará devem manter temperaturas mais próximas do normal. As chuvas intensas no Norte seguem sendo fundamentais para os rios, a navegação fluvial, os ecossistemas e a geração de energia, mas também elevam o risco de cheias em áreas urbanas.
Sul: volumes elevados de chuva e calor acima do normal
No Sul do Brasil, o verão promete ser chuvoso. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm previsão de precipitações acima da média histórica, com destaque para o sudeste e sudoeste gaúcho, onde os acumulados podem superar a média em até 50 milímetros ao longo do trimestre.
As temperaturas também devem ficar acima do normal, especialmente no oeste do Rio Grande do Sul, com desvios que podem chegar a 1°C. A combinação de calor e excesso de chuva pode impactar a agricultura, aumentar o nível dos rios e favorecer a ocorrência de alagamentos e deslizamentos, além de exigir atenção à saúde pública e ao consumo de energia.
Nordeste: chuva irregular e risco de seca em áreas extensas
O Nordeste apresenta um quadro mais heterogêneo. A maior parte da região deve enfrentar chuvas abaixo da média, com destaque para Bahia, centro-sul do Piauí e amplas áreas de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, onde o déficit pode chegar a 100 milímetros no trimestre. A redução das chuvas pode intensificar problemas relacionados à seca, afetando a agricultura, a pecuária e o abastecimento de água.
Em contrapartida, o centro-norte do Maranhão, o norte do Piauí e o noroeste do Ceará podem registrar volumes próximos ou acima da média. Essa diferença dentro da própria região reforça a necessidade de estratégias específicas para cada área, tanto para o enfrentamento da escassez quanto para a prevenção de enchentes.
Centro-Oeste: chuvas concentradas e calor constante
No Centro-Oeste, as chuvas tendem a se concentrar principalmente no oeste do Mato Grosso, onde os volumes devem ficar acima da média. Já Goiás pode enfrentar precipitações abaixo do esperado, o que acende um alerta para o setor agropecuário e para os reservatórios hídricos.
As demais áreas devem registrar chuvas dentro da normalidade, mas o calor será predominante em toda a região, com temperaturas até 1°C acima da média. O cenário exige planejamento cuidadoso do agronegócio, especialmente no manejo de lavouras e rebanhos.
Sudeste: menos chuva e temperaturas elevadas
A Região Sudeste deve enfrentar um verão mais seco, com volumes de chuva até 100 milímetros abaixo da média histórica. Minas Gerais concentra as áreas mais afetadas, incluindo o centro do estado, a Zona da Mata, o Vale do Rio Doce e a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
As temperaturas devem permanecer acima do normal, intensificando a sensação de calor e elevando a demanda por energia elétrica. O cenário reforça a importância da gestão dos recursos hídricos, do abastecimento urbano e da adoção de cuidados com a saúde, especialmente entre idosos e crianças.
Sistemas climáticos e atenção aos alertas
Até 20 de março de 2026, o verão será marcado por forte variabilidade atmosférica. Chuvas intensas, tempestades com granizo, ventos fortes e descargas elétricas seguem como características típicas da estação. No Sudeste e Centro-Oeste, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) será um dos principais sistemas responsáveis pelas chuvas, enquanto no Norte e no norte do Nordeste a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) terá papel decisivo.
Diante desse cenário, autoridades e população devem manter atenção constante aos alertas meteorológicos. Medidas preventivas, como limpeza de bueiros, monitoramento de áreas de risco, economia de água e adaptação das práticas agrícolas, são fundamentais para reduzir impactos. A adoção de comportamentos seguros durante ondas de calor e tempestades contribui para um verão mais resiliente em todas as regiões do país.






