O estado de São Paulo registrou a prisão de mais de 11 mil agressores de mulheres ao longo do ano, em um dos maiores balanços já divulgados sobre o combate à violência de gênero. Do total de detenções, cerca de 4 mil ocorreram durante operações especiais, o que evidencia o reforço das ações policiais voltadas ao enfrentamento da violência doméstica e familiar.
Os dados foram apresentados após a realização da quarta grande operação especializada do período, que marcou uma integração inédita entre a Secretaria da Segurança Pública e a Secretaria de Políticas para a Mulher. A atuação conjunta reforça a prioridade dada pelo governo estadual à proteção das vítimas e ao cumprimento rigoroso de mandados de prisão e medidas judiciais.
Até o fim de outubro, o número de prisões já ultrapassava 11 mil e, segundo projeções oficiais, tende a crescer até o encerramento do ano. Em uma das ações mais recentes, cerca de 1,5 mil policiais foram mobilizados em diferentes regiões do estado, resultando no cumprimento de ao menos 233 mandados de prisão. As autoridades destacam que a intensificação das operações busca romper ciclos de violência recorrentes e coibir a reincidência.
A maioria dos presos responde por crimes como lesão corporal e descumprimento de medidas protetivas de urgência. Em grande parte dos casos, os agressores são parceiros ou ex-parceiros das vítimas, muitos deles já com antecedentes criminais. A prisão desses indivíduos é vista como uma medida essencial tanto para a responsabilização quanto para a prevenção de episódios mais graves.
Além das ações repressivas, o governo paulista tem investido na ampliação da rede de proteção às mulheres. O estado conta atualmente com 142 Delegacias de Defesa da Mulher, o maior número do país, muitas delas com atendimento 24 horas. Também foram fortalecidos serviços digitais, como a DDM online, que permite o registro de boletins de ocorrência e o pedido de medidas protetivas sem a necessidade de deslocamento.
Outras iniciativas incluem o aplicativo “SP Mulher Segura”, que possibilita contato direto com a polícia em situações de emergência. Segundo o governo estadual, a combinação entre repressão, prevenção e inovação tecnológica tem sido fundamental para ampliar a segurança das mulheres e garantir respostas mais rápidas e eficazes.
Apesar dos avanços, as autoridades reconhecem que os números elevados revelam a dimensão do problema e a necessidade de ações contínuas. O estado afirma que seguirá investindo na integração entre órgãos públicos, no fortalecimento das políticas de proteção e na ampliação dos canais de denúncia, com o objetivo de reduzir a violência e assegurar mais segurança às mulheres paulistas.






