Três anos depois de o Santander Brasil instalar em Piracicaba o seu polo de tecnologia no histórico prédio Mário Dedini, na Vila Areão, ao lado do Shopping Piracicaba, que já abrigou até, a extinta TV Beira Rio, a cidade pode ser palco de uma disputa bilionária no setor financeiro. Agora, a movimentação vem do rival direto, o Itaú Unibanco, por meio do Grupo Itaúsa, sua holding de controle.
O interesse da Itaúsa em comprar parte da Cosan, gigante piracicabana comandada pelo empresário Rubens Ometto, é visto no mercado como uma reação estratégica para reforçar a posição do Itaú frente ao Santander.
Cosan em transformação
A Cosan atravessa um momento decisivo. Após emitir R$ 10 bilhões em novas ações, a empresa conseguiu reduzir sua dívida em mais de 50%, alongando prazos e diminuindo juros. O movimento contou com recursos do próprio Rubens Ometto, do banco BTG Pactual e do fundo Kuwait Investment Authority (KIA).
Apesar da operação, as ações da companhia (CSAN3) acumulam queda de quase 60% em 12 meses, negociadas a cerca de R$ 6,34 nesta terça-feira (23). Essa desvalorização torna a Cosan um alvo atrativo para investidores estratégicos.
Itaúsa x Santander: uma disputa silenciosa
A entrada da Itaúsa na Cosan reforçaria não só a estrutura financeira da companhia piracicabana, mas também o posicionamento do Itaú Unibanco em setores estratégicos como energia, logística e infraestrutura.
Esse movimento acontece justamente após o Santander apostar em Piracicaba, ao transferir parte do seu setor de tecnologia para o prédio Mário Dedini. De lá, a instituição espanhola tem expandido seus serviços digitais e meios de pagamento.
Assim, Piracicaba se consolida como território simbólico dessa rivalidade: de um lado, o Santander aposta na tecnologia e inovação; de outro, a Itaúsa mira a Cosan para fortalecer ativos estratégicos que sustentam o Itaú Unibanco.
O que está em jogo
Para a Cosan: um sócio como a Itaúsa traria capital, solidez e projeção.
Para a Itaúsa/Itaú Unibanco: o movimento representa uma resposta ao avanço do Santander.
Para o Santander: é o desafio de enfrentar um rival reforçado em setores que vão além do sistema bancário tradicional.
Para Piracicaba: a cidade volta ao mapa dos grandes negócios, sendo palco da disputa entre os maiores bancos privados do país.






