Uma operação da Polícia Federal, denominada “Forja”, desarticulou nesta quarta-feira uma organização criminosa especializada na produção e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. Estima-se que o grupo possuía capacidade para produzir 3,5 mil fuzis por ano, que abasteciam facções criminosas do Rio de Janeiro, em especial o Comando Vermelho.
A ação, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e com o apoio da Polícia Militar de São Paulo, cumpriu dez mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Sete pessoas foram presas, duas no Rio de Janeiro e cinco em São Paulo. A Justiça Federal determinou o sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores dos investigados.
O nome da operação, “Forja”, faz alusão à atividade principal do grupo: a fabricação clandestina de armamentos em escala industrial.
A investigação é um desdobramento de uma operação anterior, realizada em outubro de 2023, quando o líder do grupo foi preso em flagrante com 47 fuzis. Apesar de estar em prisão domiciliar, ele continuou comandando a organização. No apartamento do líder, localizado na Barra da Tijuca, foram apreendidos R$ 158 mil em dinheiro. Ele e sua esposa foram presos no local.
A organização criminosa importava componentes de fuzis dos Estados Unidos e da China, utilizando maquinário industrial de alta precisão para a produção das peças em território nacional. As armas produzidas eram destinadas a facções criminosas do Rio de Janeiro, com entregas coordenadas para o Complexo do Alemão e para a comunidade da Rocinha.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa majorada, tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito e comércio ilegal de arma de fogo de uso restrito.

