O fornecimento de energia elétrica em São Paulo e na região metropolitana voltou a apresentar piora na manhã desta segunda-feira, com aumento significativo no número de clientes afetados. Em poucas horas, o total de consumidores sem luz saltou de cerca de 27 mil para aproximadamente 55 mil, gerando preocupação entre moradores e autoridades. A capital paulista concentra a maior parte das ocorrências, com quase 39 mil imóveis impactados pela interrupção do serviço.
Outros municípios da Grande São Paulo também seguem enfrentando instabilidade. Em Itapevi, por exemplo, cerca de 893 clientes permaneciam sem energia, o equivalente a quase 1% do total atendido na cidade. No panorama geral da área de concessão, aproximadamente 0,64% dos consumidores estavam sem fornecimento elétrico nesta manhã.
A concessionária responsável informou que oscilações no número de clientes afetados são consideradas normais ao longo do dia. Segundo a empresa, enquanto equipes atuam no restabelecimento em determinados pontos da rede, novas ocorrências podem surgir em outras áreas, seja por condições climáticas adversas, como chuva e ventos, por objetos que atingem a fiação ou por manobras técnicas necessárias durante os reparos.
Efeitos do ciclone extratropical ainda persistem
A instabilidade atual é reflexo direto dos fortes temporais registrados na semana passada. Entre quarta-feira (10) e quinta-feira (11), um ciclone extratropical atingiu a capital e a região metropolitana, provocando ventos intensos, com rajadas de até 98 km/h. A força do fenômeno derrubou mais de 330 árvores, danificou a rede elétrica e deixou milhões de pessoas sem energia.
No auge da crise, mais de 2,2 milhões de clientes ficaram sem fornecimento, caracterizando uma das maiores interrupções já registradas em São Paulo. A lentidão na normalização levou o caso à esfera judicial. No sábado (13), a Justiça determinou que o serviço fosse restabelecido em até 12 horas, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora de descumprimento. Apesar de a concessionária ter informado que a situação estaria normalizada até domingo, o aumento das ocorrências nesta segunda-feira indica que os problemas ainda não foram totalmente solucionados.
Pressão judicial e risco à concessão
Além da decisão judicial, o Ministério de Minas e Energia também se posicionou, alertando que a concessionária poderá perder a concessão caso não cumpra os índices de qualidade e as obrigações contratuais. A pasta destacou que falhas recorrentes, interrupções prolongadas e desrespeito ao consumidor não serão tolerados em um serviço considerado essencial.
A persistência das quedas de energia, mesmo dias após o evento climático extremo, evidencia a fragilidade do sistema de distribuição. A situação se torna ainda mais preocupante diante da previsão de novas chuvas e ventos fortes para o Centro-Sul do país nos próximos dias, o que pode provocar novas interrupções.
Enquanto equipes seguem mobilizadas, cresce a cobrança por soluções estruturais que garantam maior resiliência da rede elétrica. A expectativa da população é por medidas concretas que assegurem a estabilidade do fornecimento e evitem a repetição de episódios de caos energético na maior região metropolitana do país.






