As contas públicas do Brasil registraram déficit primário de R$ 14,4 bilhões em novembro de 2025, resultado que evidencia o agravamento do quadro fiscal em relação ao mesmo mês de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 6,6 bilhões. O dado reforça os desafios para equilibrar receitas e despesas, desconsiderando os juros da dívida, e reacende o debate sobre a sustentabilidade das finanças públicas.
O resultado foi puxado principalmente pelo Governo Central, que engloba Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, com déficit de R$ 16,9 bilhões no mês. As empresas estatais também contribuíram para o saldo negativo, ao registrar déficit de R$ 2,9 bilhões. Em sentido oposto, estados e municípios apresentaram superávit de R$ 5,3 bilhões, insuficiente para compensar os resultados adversos dos demais entes.
No acumulado de 12 meses até novembro de 2025, o déficit primário do setor público consolidado somou R$ 45,5 bilhões, equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto. Em outubro, esse resultado era de R$ 37,7 bilhões, ou 0,30% do PIB, indicando deterioração recente das contas públicas.
Os juros nominais pagos pelo setor público totalizaram R$ 87,2 bilhões em novembro, abaixo dos R$ 92,5 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, os juros chegaram a R$ 981,9 bilhões, o que corresponde a 7,77% do PIB, mantendo elevado o peso da dívida sobre o orçamento.
Com a soma do resultado primário e dos juros, o déficit nominal alcançou R$ 101,6 bilhões em novembro. Em 12 meses, o saldo negativo chegou a R$ 1,027 trilhão, o equivalente a 8,13% do PIB, mantendo o desequilíbrio das contas públicas em patamar elevado.
Especialistas destacam que os números refletem a pressão contínua sobre o gasto público e o impacto do custo da dívida, além de limitarem a capacidade do governo de ampliar investimentos. O cenário reforça a importância de medidas de controle fiscal e de acompanhamento constante dos indicadores, que são considerados fundamentais para a avaliação da saúde financeira do país e das perspectivas da economia brasileira.






