Nascido em 06 de setembro de 1979, Tarcísio Renato Pierobom é tenente da Polícia Militar Rodoviária, responsável pelo comando das rodovias de Piracicaba e região, incluindo a do Açúcar e a Luiz de Queiroz, ambas SP-304. Nesta entrevista concedida ao jornalista Rafael Fioravanti, do Jornal PIRANOT, o tenente Pierobom fala sobre a realidade das rodovias, sobre os crimes mais corriqueiros em nossas estradas, sobre as ações de combate e principalmente sobre os desafios à frente do posto da Polícia Militar Rodoviária de Piracicaba. Confira abaixo a entrevista na íntegra.
Primeiro, gostaria de saber como o senhor iniciou sua carreira na Polícia Militar Rodoviária (PMR)?
Eu vim em dezembro de 2009 para o 3º Batalhão de policiamento rodoviário, que é o batalhão que responde por Piracicaba. Vim como aspirante, logo ao término da academia. Consegui escolher a vaga de policiamento rodoviário e vim exercer as atividades por aqui.
Como foi a carreira do senhor até sua chegada aqui no posto da Luiz de Queiroz?
Meu uni ao pelotão de Piracicaba em 2010 e fiquei por aqui comandando o pelotão até 2014, quando recebi um convite para exercer outra função na sede do Batalhão lá em Araraquara. Aceitei esse convite e permaneci por lá até agosto de 2018. Posteriormente, comandei o pelotão de Araraquara, onde fiquei até dezembro de 2018. Aí recebi o convite de comandar o pelotão de Piracicaba, acabei aceitando e estou aqui até hoje.
Como é sua rotina, seu dia-a-dia, aqui na Polícia Rodoviária?
Minha rotina é fazer o comandamento do pelotão. Tenho que desenvolver atividades administrativas atinentes ao pelotão e fazer o planejamento operacional das ações, fiscalizações e planos de comandos a serem desenvolvidos nos próximos dois anos. Recebemos essa missão de desenvolver planos de comandos para os próximos dois anos para que possamos evoluir e melhorar o trabalho aqui na nossa região.
Qual o tipo de crime mais corriqueiro aqui pelas estradas do município?
O mais comum, pelas nossas próprias características, é o de embriaguez ao volante.
E o que tem sido feito para coibir esse tipo de crime?
Fazemos — além do planejamento e fiscalização nos principais pontos das rodovias — um trabalho de conscientização. Fazemos palestras, divulgamos nosso trabalho e fazemos também a distribuição de panfletos informativos a fim de conscientizar as pessoas a não dirigir sob influência de álcool.
Como o senhor classifica a qualidade/segurança de nossas estradas atualmente?
Nossas estradas estão num patamar muito bom, basta pegar os indicadores para ver que não há nada alarmante. Em relação ao ano passado, tivemos uma redução no número de acidentes — tanto com vítimas fatais quanto com vítimas –, por isso nossas estradas podem ser inseridas num patamar agradável.
Um ferramenta eficiente no combate ao roubo de veículos é o Sistema SINAL. Esse sistema contribui bastante aqui em Piracicaba atualmente ou ainda há pouca adesão?
Nas rodovias, há poucas ocorrências de roubo de veículos. O que geralmente temos são deslocamentos. Por exemplo, a pessoa rouba o veículo dentro da cidade e acaba utilizando as rodovias como meio de fazer esse transporte. Nesse caso, o sistema de monitoramento acaba sendo válido, pois acusa a passagem do veículo e assim conseguimos fazer todo o monitoramento.
Como o senhor enxerga a situação de recursos humanos aqui na Polícia Rodoviária? Faltam agentes?
Hoje não estamos com nosso quadro completo. Temos realmente um déficit de efetivo, porém estamos trabalhando com o máximo de esforço para tentar minimizar isso daí. Tentamos sempre usar o policiamento de forma inteligente a fim de minimizar essas faltas.
Qual é a maior dificuldade que o senhor sente estando à frente da base hoje?
Acho que são desafios, e não dificuldades. Como comandei aqui de 2010 a 2014 e voltei após cinco anos, vejo que muita coisa mudou, sendo que muita coisa mudou para melhor. Muita coisa mudou no que concerne a equipamentos e tecnologia de informação, então o desafio é sempre procurar se adequar a essa nova realidade. Temos que fazer bem o nosso trabalho para passar a melhor sensação possível de segurança aos usuários das rodovias da nossa região.
Nesse seu tempo aqui à frente do posto, qual ocorrência mais chamou sua atenção?
Teve uma ocorrência bem interessante em 2013, que foi quando localizamos 30kg de ouro na longarina do chassi de um veículo. Durante o trabalho, fizemos uma abordagem, e como obtivemos diversas respostas falsas na entrevista, isso acabou despertando nossa suspeita, por isso optamos em realizar uma revista minuciosa no veículo. Até então, imaginávamos que poderia ser um tráfico de drogas, mas, por fim, acabamos localizando 30kg de ouro avaliado em mais de R$ 1 milhão de reais na época.
Qual o maior conselho que o senhor pode passar a um jovem que pensa em seguir carreira na Polícia Militar Rodoviária?
O jovem deve se dedicar o máximo que ele pode. Hoje o concurso da polícia é bastante concorrido, então essa conquista depende única e exclusivamente dele. O jovem deve focar no objetivo, se dedicar e ir em frente. A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) está abrindo bastante vaga em concursos públicos, que é o meio que ele tem de entrar na Polícia Rodoviária, então quanto mais ele se esforçar e se dedicar, mais fácil ele terá uma classificação melhor. Com uma classificação melhor, mais fácil será para ele escolher uma vaga na Polícia Rodoviária.