“EM ALGUMA ESQUINA DA VIDA”( LÉLIA ALICE BERTANHA)
Deus fez o mundo!
Os homens… As esquinas!
Fico imaginando quantas esquinas há no mundo;
E, o que se passa em cada uma delas, em cada segundo.
Lélia Alice Bertanha
Entre o ontem e o hoje, as ruas continuam presentes em nossas vidas.
Misteriosas ou não, as esquinas também tem, cada uma, a sua história.
Alamedas guardam, nas sombras das árvores, segredos…
Laços, talvez de ternura ou, de passos noturnos e assombrosos de tragédias distantes.
Gritos ocos, ao calar das horas, sussurros na madrugada fria!
Uma esquina é o elo entre dois lados, muitas vezes, extremos opostos!
Mirada pelo sol e pela lua, há nela vida e morte. Estrelas cintilam na luz da sentinela;
Assim, como sempre amanhece, uma criança em prece, desperta e sorri.
Ecoam-se gritos de liberdade, na leveza de sentimentos.
Sons encantadores surgem no gorjear dos pássaros.
Quantos fatos acontecem numa mesma esquina!
Uns viram inesquecíveis fotos, já outros ficam encobertos!
Irremediavelmente, por terem acontecidos em noites chuvosas…
Na ausência das testemunhas estelares…,
As esquinas são silenciosas e barulhentas, muitas vezes são tormentas
Divididas: Tudo acontece, não importa à hora, pode ser agora!
Aqui estou a pensar: – Uma esquina que também nasce pode morrer ou
Viajar entre o real, e o imaginário, como nas páginas de um livro lendário,
Inerte, deixado, num canto qualquer, a espera
De alguém que, ao abri e lê-lo venha entendê-lo até as entranhas de suas entrelinhas.
Assim digo que cada esquina é como um livro: as histórias têm início meio e fim, porém sempre aptas às novas interpretações!