ADELAIDE, A BORBOLETINHA QUE DESCOBRIU AS CORES.
(HELUANE APARECIDA LEMOS DE SOUZA)
Para Dinha e Dinho, com ternura e saudade.
Uma homenagem para Adelaide, minha querida avó, borboletinha amarela que hoje voa sobre as estrelas…
Adelaide, borboleta-menina, pousou em uma tarde de sol festeira no meu jardim. Chegou de repente, batendo as asas ligeiras: plim, plim, plim.
Veio de longe, pois escutou rumores de que ali, naquele jardim, ensinavam as cores. Queria guardar todas no seu bauzinho, uma pequena arca que levava nas mãos, com todo encanto e carinho.
Encontrou o Caramujo, velho de sabedoria adquirida lentamente com o tempo…
– Senhor Caramujo, me ensina uma cor?
– Borboleta-menina, você é curiosa. E a vida, com vontade de aprender, é muito mais gostosa. Vou te ensinar a cor AZUL, que é a mais linda para mim. É a cor do maravilhoso céu, essa beleza que não tem fim.
Adelaide continuou seu bater de asas: plim, plim, plim, e encontrou a centopeia, que ia apressada pelo jardim.
– Dona Centopeia, com licença. Eu quero aprender as cores, que para os olhos são como doces sabores. Pode me presentear com alguma delas, para eu guardar no meu baú, e criar uma pequena aquarela?
– Borboleta-menina, estou com um pouco de pressa, mas vou te ajudar como o amigo Caramujo, o velho. Está vendo aquela maçã, que baila serelepe na ponta do galho? Sua cor é o VERMELHO, como as delicadas flores que nascem em maio.
A borboletinha seguia contente. Já ganhara duas cores para guardar em seu bauzinho. Podia voltar para o céu, batendo as asas ligeiras, em seu “plim, plim, plim” baixinho. Foi quando encontrou o Senhor Grilo que sempre fora apaixonado por ela. Ele se pôs a tocar a viola, criando a melodia mais bela…
– Adelaide, linda borboletinha, que entra curiosa pela janela desde quando era pequenininha. Vou te dizer qual é a sua cor, e quero ganhar o sorriso mais belo. A cor de suas asas, que fazem “plim, plim”, é o doce e encantador AMARELO.
A borboletinha ficou coradinha de vergonha. Voltou ao céu com as três cores no bauzinho, as primeiras que havia aprendido: AZUL, VERMELHO, AMARELO. Mas quando pousou em sua nuvem, viu que algo tinha acontecido. Algumas cores se misturaram dentro do baú colorido, e feliz ela sorriu.
Vamos tentar criar as novas cores que a borboletinha descobriu?