‘Outono’ é o segundo álbum do músico e publicitário brasileiro Felipe Edoardo, radicado em Nova York. Após o sucesso do primeiro EP, Duas Vidas, Felipe se dedicou a um segundo trabalho que mantivesse o viés pop do original mas incluísse estilos experimentais.
‘Outono’ fala sobre fins e recomeços, num paralelo à mudança da estação. São cinco faixas inéditas (e uma faixa bônus no download completo para iTunes), que vão desde o pop inspirado em jazz que dominou seu primeiro álbum “Duas Vidas”, até produções mais experimentais como a faixa ‘Mundos Diferentes’. O lançamento online do EP, completamente escrito e produzido pelo músico, estréia hoje, primeiro dia do outono no Brasil.
Para lançar o novo EP, o músico concedeu uma entrevista sobre o novo trabalho ao ator e entrevistador do site, Felipe Gonçalves.
Confira na íntegra:
Felipe Gonçalves: Você lançou o seu primeiro EP “Duas Vidas” em 2013 e neste ano acaba de lançar “Outono”, criando um público alternativo e admirador do pop jazz. Qual tem sido a resposta do público?
Eu tenho tido uma ótima resposta ao meu trabalho desde o lançamento de Duas Vidas, acho que o tipo de música que faço atrai um público que não se satisfaz só com a música pop que atualmente toca nas rádios. Minhas músicas são comparadas por fãs ao trabalho do Thiago Pethit, Toni Ferreira e Sandy, o que pra mim é um enorme elogio.
Felipe Gonçalves: “Outono”, seu novo EP, abordará a temática de fins e recomeços, em um paralelo à mudança da estação. O que o público pode esperar das novas músicas?
Eu procurei injetar uma certa variedade neste EP e ao mesmo tempo manter o interesse das pessoas que se tornaram fãs pelas letras românticas. Realmente a mensagem geral é de que não importa o quão duro o fim, sempre se recomeça – acho que se nota um pouco disso em todas as faixas. Bye Bye e Sorte passam a mensagem positiva de que o adeus de alguém que nos faz mal pode trazer algo muito bom, enquanto Outra Vez, apesar de melancólica, mostra uma determinação a não se cometer mais uma vez o mesmo erro.
Mundos Diferentes é uma faixa um pouco mais experimental, que eu escrevi inspirado pelo trabalho de Adele e Lana Del Rey – ela descreve a determinação de se estar com alguém complicado, com quem não se tem muito em comum, mas que parece valer a pena. Já a faixa bônus Mais Uma Noite lê direto da cartilha de Fica Você, faixa também bônus de Duas Vidas – produção simples, arranjo de piano elaborado e uma história contada apenas pela voz. Acho que as faixas bônus me dão a oportunidade de ser um pouco mais “cru”.
Por fim a música mais pessoal do EP, e pra mim a mais importante, é a faixa-título Outono. Como alguém que leva “duas vidas” e vive entre dois países, eu me vejo frequentemente soterrado sob minhas próprias dúvidas e auto-questionamentos. Essa música nasceu quando vi que muitos dos meus amigos, mesmo aqueles com vidas e carreiras mais “nítidas” que as minhas, sofrem das mesmas dúvidas e inseguranças. Então escrevi essa música como um grito de determinação, uma auto-lembrança de que todo dia, todo ano, toda mudança de estação é a oportunidade de um novo começo, a chance de mudar a história ou escrever uma nova do zero. Um fã comentou comigo que Outono é a faixa que une todas as outras do EP, e acho que essa é uma boa descrição do que ela representa.
Felipe Gonçalves: Qual será a música “carro-chefe” do EP?
Ainda não posso dizer (porque não sei) qual vai ser a extensão da divulgação do EP, se vai ter clipe e etc… Mas posso dizer que o primeiro single é Bye Bye.
Felipe Gonçalves: A primeira faixa do EP, “Bye Bye”, digamos que é uma versão ‘cult’ de Baba Baby. O que te inspirou na composição da música?
Bye Bye realmente é uma música que se diferencia um pouco das outras, tanto em termos de estilo como de vocal. A produção e o arranjo são baseados no pop-rock brasileiro dos anos 80 (Blitz, RPM), e a letra foi inspirada num caso romântico complicado que vivi no verão. A verdade é que às vezes, a melhor coisa que fazemos é dizer “bye bye” – e dar esse passo me fez muito bem.
Felipe Gonçalves: Todas as músicas foram compostas por você?
As faixas foram todas escritas por mim ao longo dos últimos oito meses, na verdade comecei a escrevê-las logo após o lançamento de Duas Vidas.
Felipe Gonçalves: Apesar de você ser paulistano, mora em Nova York há mais de seis anos. Por que ainda não gravou uma música em inglês?
Antes de começar a escrever em português eu escrevi e lancei faixas em inglês que não geraram muito interesse. Acho que meu trabalho se baseia fortemente nas letras das músicas, então escrever em português facilita o entendimento do meu público e cria uma conexão maior das pessoas com a música. Quando quero cantar em inglês, uso meu projeto cover A Diamond Darkly, inclusive estou trabalhando em um cover de Partition, da Beyoncé, que deve ser lançado em breve.
Felipe Gonçalves: Você esteve no Brasil em dezembro do ano passado, qual será a próxima visita? Você pretende fazer apresentações do novo trabalho aqui?
Ainda não tenho previsão da minha próxima viagem ao Brasil – eu realmente gostaria muito de fazer shows por aí com as músicas do novo EP, então torço para que haja essa demanda e eu possa ir. Sinto muita falta desse contato mais pessoal com o público, de
cantar ao vivo para as pessoas que gostam das minhas músicas e realmente essa distância atrapalha.
Felipe Gonçalves: Na sua vida pessoal, como você concilia a sua carreira de publicitário com a música?
Nem sempre é fácil, atualmente estou na reta final do meu curso de mestrado e planejando meus próximos passos. Esse é um dos motivos pelos quais eu quis lançar este trabalho agora – não sei quando vou poder voltar a gravar, e quis deixar um bom acervo de músicas no ar antes de dar essa pausa e me focar um pouco na minha outra carreira.
Felipe Gonçalves: Solteiro?
Sim! Apesar do que as músicas fazem parecer, eu raramente estou envolvido com alguém, minhas duas carreiras me mantêm ocupado demais.
Felipe Gonçalves: Como é Felipe Edoardo apaixonado? Ele dá “Bye Bye” ou tenta “Outra Vez?”
Apesar de mostrar lados diferentes em casos diferentes (como todo mundo), eu sou mais do tipo que dá “Bye Bye”, principalmente se sinto que não está valendo a pena. Meu professor de canto Fernando Cherobim, que também é muito amigo meu, me deu uma vez um conselho que nunca esqueci ‘ A gente precisa querer estar com quem quer estar com a gente.’ Todo o resto é perda de tempo, murro em ponta de faca – apesar de render boas letras!
Felipe Gonçalves: O que você deseja da resposta do público para essa sua nova fase no cenário musical?
Eu espero que as pessoas que ouvirem este EP sintam uma evolução no meu trabalho em relação a Duas Vidas, e principalmente espero que enxerguem um pouco de sua própria história naquilo que eu vivi e escrevi. Criar esse tipo de conexão, essa identificação com o ouvinte, é o que faz meu trabalho valer a pena.
Pouco antes da entrevista, o músico gravou um vídeo para os leitores do site, assista:
https://www.youtube.com/watch?v=evXzYoSUyJQ
Ouça o novo álbum “Outono” de Felipe Edoardo na íntegra:
https://soundcloud.com/felipeedoardo/sets/outono-ep/s-Xv1zD
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Felipe Gonçalves, 18, estudante de jornalismo na Universidade Metodista de Piracicaba, também é ator e estuda teatro na cia Tempero d’alma de Artes Cênicas. Já foi repórter e participou do clipe “Shaking” com a cantora Kelly Key. Além de teatro e participações na TV, Felipe escreve sobre entretenimento e realiza entrevistas com artistas e personalidades da mídia.