Pareciam desesperados. Foi essa a impressão de alguns telespectadores ao assistir a entrevista feita pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, nessa noite de Segunda-feira, 18 de Agosto de 2014, com a candidata do PT á presidência, Dilma Rousseff.
Após os dados da pesquisa Datafolha onde o candidato Aécio Neves, do PSDB, caiu do segundo para o terceiro lugar nas intenções de voto, os jornalistas William Bonner e Patrícia Poeta atacaram como podiam a candidata que tentou se defender.
A entrevista foi considerada para os amantes de futebol como os jogos do Tite. Dilma seria a defesa dando bicudos e os jornalistas o ataque.
Mas de tudo isso, na internet, uma onda vermelha tomou conta das redes sociais. No Twitter, por exemplo, a hadtag #Dilma13Denovo virou o assunto mais falado no país naquele momento. Em seguida vinham outras como #EuvoudeAecio, #DilmalacradaJN e #Dilmão.
Com tudo, os jornalistas da Globo, possivelmente orientados, fizeram duros ataques á Rousseff e apresentaram dados antigos. Como disse a candidata, Bonner estava olhando dados “Pelo retrovisor. Eu estou vendo para frente, os dados de agora” disse ela em um dos pontos altos da entrevista. Bonner e Patrícia não davam espaço para a presidente responder. Acusaram, julgaram, apontaram os dados, e até podemos considerar que perderam a cabeça. Não, não era um debate, mas parecia que Bonner era de algum outro partido e ele estava concorrendo ao governo estando naquele momento de frente com sua adversária. Seria esse o seu profissionalismo? Ele estaria preparado para fazer esses tipos de entrevistas onde o jornalista, como manda a ética, tem que se manter imparcial diante dos fatos?
O estranho de tudo ainda, depois do fim da entrevista e das acusações de Bonner do regresso da economia, da desaceleração do país e até da “onda de demissões” que estaria tomando conta do cenário econômico brasileiro, o jornalista Heraldo Pereira, que estava na bancada do telejornal, trouxe um dado oposto das acusações feitas pelo jornalista de credibilidade e âncora do telejornal mais assistido do Brasil. O atual governo gerou 1,4 milhões de empregos formais em 2013. Um aumento de 3,14% em relação ao ano anterior.
Por tanto, faço das palavras da Dilma as minhas e falo: “Eu não sei de onde são os seus dados Bonner”.