Muito mais do que uma simples página de um calendário. A vereadora Madalena (PSDB) foi uma das personalidades selecionadas do Brasil para ilustrar o calendário “Memórias da Negritude”, de 2015, lançado e apresentado à imprensa e convidados na sexta-feira à noite (14) na sede do Palácio da Justiça, no centro de São Paulo.
A obra, elaborada pela Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo por meio da Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, retrata, de forma resumida, a biografia de cada homenageado. A parlamentar está na página do mês de dezembro com a seguinte frase: “Para mim tanto faz a maneira como me chamam. Quando eu me olho no espelho, vejo um homem de muita coragem. Vou usar terno e gravata na posse e quando precisar durante as reuniões. Ainda não sei se vou usar meus lenços ou fazer tranças no cabelo, mas vou continuar a ser a mesma Madalena de sempre”.
Madalena foi homenageada; aliás, mais do que isso, foi ovacionada, em pé, pela plateia, que conheceu um pouco de sua história de vida e por ter sido a primeira vereadora travesti e negra a ser eleita para um cargo de vereança na Câmara de Vereadores de Piracicaba. No seu rápido discurso agradeceu a todos que lembraram de seu nome. “Eu tô (sic) muito feliz, contente, sou católico, acredito em Nossa Senhora Aparecida e sou muito grata pela homenagem”.
O presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Marco Antônio Zito Alvarenga, disse que a publicação do calendário “Memórias da Negritude” é “uma forma de manter vivo o passado dos negros. Quem não tem passado, não tem futuro e nós queremos promover sempre a igualdade”.
O material, que já começou a ser distribuído em escolas e instituições públicas do Estado de São Paulo, conta, também, com citações de Nelson Mandela, Martin Luther King, Luís Gama, Chica da Silva, Rosa Parks e Theodoro Sampaio. O vereador Paulo Campos (PROS) também prestigiou a solenidade.
RACISMO – São Paulo é o único Estado da Federação que conta com a Lei 14.187/2010, que pune administrativamente a discriminação racial. Recentemente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa paulista um projeto de lei que cria a pontuação acrescida em concursos públicos para negros, pardos e indígenas.
Texto de: Marcelo Bandeira / Câmara de Vereadores de Piracicaba