A crise na Dedini me intriga, embora ter uma posição formada e bem clara sobre ela. Ouvindo cá e lá, é notório que a empresa está sendo afetada pela crise que hoje passa o país, quem não está? Mas o fato é que a Dedini vem acumulando suscetivos erros de gestão, alguns grotescos e imperduráveis pelo menos desde 2010 quando o Brasil registrava crescimentos satisfatórios. Para se ter uma noção do cenário da época, nosso PIB (Produto Interno Bruto) crescia naquele ano 7,5% quando que o Estados Unidos apenas 2,8%, Japão 3,9%, Alemanha 3,6% e França 1,5%.
Esses problemas hoje passados pela empresa, pelo menos os mais famosos, estão relacionados aos atrasos de salários, gastos exagerados em coisas desnecessárias, e falta de solução de problemas que vem se arrastando há pelo menos cinco anos. Com o passar do tempo eles vem se agravando cada vez mais se tornando uma bola de neve quase que sem solução. Isso só acontece devido a impunidade que existe em nosso país para empresas que sonegam impostos, atrasam salários e benefícios para os trabalhadores.
Já passou da hora da empresa sentar com os credores, com o governo e com o sindicato e negociar todos os seus atrasados e cumprir com os acordos firmados. Sim, por que a Dedini promete hoje depositar um beneficio atrasado, mas chega no dia e…? Pois é… assim fica difícil, não?
A solução para este problema gravíssimo poderia começar com a Dedini se desfazendo de alguns patrimônios, se alinhando ao seu tamanho atual, revendo os processos, se reestruturando, reanalisando o setor e fazendo um planejamento para pelo menos uns três anos. Esses são os primeiros passos que uma empresa que quer sair de uma crise tem que fazer, mas a Dedini tem feito algo do tipo?
Nenhum piracicabano quer ver esta empresa falir, muito menos queremos ver ela continuar fazendo esse papelão, deixando a merce diversos trabalhadores, que quando contratados ficam sem salários e benefícios e quando despedidos ficam sem receber seus direitos. Isto é um absurdo e é inaceitável.
Talvez por ser uma empresa de herança familiar, os herdeiros ainda não conseguiram se localizar, achar o rumo, sentir o setor. Quando um padeiro, dono de uma panificadora, por exemplo, morre e na família ninguém gosta da área, ou não entende sobre ela, mais vale vender para quem saiba e entenda daquilo do que continuar e cometer erros que influenciem negativamente a vida de milhares de pessoas. Será que não é hora da Dedini ser vendida para pessoas que entendam pelo menos o feijão com arroz? Ou melhor: que saibam administrar melhor as contas a pagar e a receber? Que saibam vender os seus serviços? Que saiba se tornar mais competitiva? Que saiba se alinhar as mudanças e momentos do mercado? Acho que sim, pois ficou notório que do jeito que vai, não dá. O barco está afundando tanto que tem sorte quem pula antes dele terminar o naufrágio.
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